quinta-feira, 30 de julho de 2009

Milícias, o fim da tese de que a liberação das drogas vai acabar com o crime organizado.

O que é a milícia? Um grupo armado, composto em sua maioria por policiais e bombeiros, que controla uma região, geralmente favela. Mantém este controle armado e financia-se com a exploração do tráfico de água (gato), luz (gato), gatonet, internet (gato), gás (monopólio armado da venda), transporte ilegal, cobrança ilegal e extorsiva de segurança (obrigatória e monopolizada), maquinas de jogos de azar, bingos clandestinos, cassinos clandestinos, prostituição, tráfico de produtos piratas, cigarros contrabandeados e por aí vai.

A milícia briga entre si e vários assassinatos são cometidos na disputa por territórios. Eles costumam se promover como guardiões da lei e da ordem, mas como vimos, são criminosos que estão envolvidos em várias práticas ilícitas, além de imporem sua "lei" e seus castigos, com sua visão distorcida de justiça. Sua diferença em relação aos traficantes? Não vendem drogas ilegais, por enquanto.

Cai por terra a visão simplista de que a pura e simples liberação da maconha ou de qualquer droga vai ser a maneira mais eficaz de combater o crime organizado. Sou a favor do debate e o assunto tem que ser discutido por toda a sociedade, o que já vem ocorrendo, mas o crime migra pra onde há lucro, já foi o jogo do bicho, assalto a bancos, sequestros, agora é droga e mais todas estas diversificações de negócios escusos.

A eleição de Obama é uma vitória contra a visão extrema-liberal que dominou a era Busch. Não podemos ser liberais (no sentido político da palavra) nesta questão das drogas. Não há como se iludir e achar que tudo vai ser liberado, senão teríamos cantinas de escolas vendendo crack para adolescentes de onze anos, alguém pode ser a favor disso? Se dissermos: mas não seria assim, então, teremos necessariamente algum tipo de de controle e restrição social e legal.

Se optarmos por liberar o uso e o comércio de drogas como a maconha, cocaína ou o que for, o faremos por outros motivos, como o dos direitos civis do usuário responsável, a facilitação do tratamento, ou que for, mas não porque acabaria com o nível de violência que há no Brasil hoje, isso não seria verdadeiro.



Quanto às armas... a venda de drogas ou outras práticas criminosas vêm financiando a compra de armas e munições para estes grupos se fortalecerem. Tá na hora do Brasil começar a cobrar dos governos estadunidense e europeus, uma política mais firme contra o contrabando de armas, estas são as coisas mais perigosas no momento. Se o traficante vendesse drogas mas andasse desarmado, sua capacidade de aterrorizar uma comunidade estaria totalmente restrita.

As campanhas de desarmamento são importantes, mas não é do cidadão comum que os criminosos obtém (através de roubos ou o que seja) seus AR-15, G3, AK-47, .30, granadas... Há rotas de tráfico e de armas que nem sequer temos completamente mapeadas. O disque-denúncia, há alguns anos, vem tentando elaborar um projeto para mapear estas rotas. Aí entra aquela história, fronteira (tanto seca, quanto marinha) imensa, impossível controlar... Mas cada AR-15 é fabricado em um determinado lugar, fácil rastrear a origem. É quando entra a necessidade do governo estadunidense (no caso do AR-15) pressionar estas fábricas, puni-as, combater o desvio de armas para criminosos, paramilitares, terroristas e etc.



@cajuínas

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cotidiano Carioca - caso real

Chefão do crime, ligado a uma facção, e que estava preso há anos é colocado em liberdade. Amigos/comparsas o buscam de carro. Há um arrastão em seu caminho e alguém reage, há tiroteio e o chefão morre.

Os criminosos que provocaram o arrastão são da mesma facção do chefão morto. Eles não sabiam que ele iria passar por ali e foi uma coincidência drástica. São chamados para desenrolar junto com seu chefe direto. No desenrolo são metralhados.

O chefe direto volta pra favela e conta sob lágrimas aos amigos/companheiros/comparsas. Afirma que foi covardia, mas nada fez para evitar.

Poderia ter feito algo?

- Caso real, narrado por um ex-criminoso ligado à facção e à quadrilha da favela.


Arrastão na vista chinesa. Há um policial envolvido na ação. A ordem era roubar turistas, o policial vê uma oportunidade de faturar mais e resolve sequestrar os turistas (orientais, há um diplomata entre eles).

Os turistas são levados para uma favela do complexo do Alemão, mas o policial teme permanecer no cativeiro. Os deixa presos e sai. Os turistas conseguem fugir.

O caso ganha repercussão. Há pressão. De dentro dos presídios, os chefões da facção criminosa determinam e o chefe do tráfico do complexo é assassinado quando ia para um encontro com comparsas.

O novo chefe faz churrasco para comemorar.

O policial... nada.



@cajuínas

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Festival de Jazz no Leblon

Fui eu, bobo que sou, chamando mil amigos, ao festival de Jazz ao ar livre no Leblon, neste sábado último. Chego ao festival e assisto Malu Magalhães, logo depois vinha seu namorado Marcelo Camelo. Pelo menos consegui assistir ao Victor Biglione.

Nada contra a Malu, ou o Camelo, mas fui no espírito de ouvir Jazz. Tudo bem, nos intervalos tocava Miles. Mas gente, vamos combinar, ? Isso não é festival de jazz. Não me venham com esse papo de que Jazz é conceito, liberdade, ou o que for. Se há alguma dificuldade em conceituar jazz, pelo menos não há em saber que certas coisas não são jazz. O festival não foi. Tinha um bom vinho e uma boa sopa de cebola, mas jazz...




@cajuínas

domingo, 26 de julho de 2009

Patentiei a luz solar.


Com esta onda no mundo todo de ficarem patenteando tudo, açaí, rapadura, quebra-pedra, etc. Resolvi patentear a luz do sol antes que alguma multinacional tenha a mesma idéia.

Já pedi pro meu advogado, Matoso, pra dar entrada no processo, ele resolveu fazer lá em Nova Yorke porque parece que é mais fácil que aqui no Brasil.

Até semana que vem, deve estar tudo resolvido.


Amigos, o Sol é Nosso! Agora o Sol é do Brasil!



@cajuínas

Virada Russa, quase roleta russa.

Boa exposição, mas só há um Chagall, nada contra os outros, muitas obras lindas, destaco:






Venka de Filip Máliavin logo na entrada, arrebatadora, parece que tem vida e vai pular da tela.











O Trem Chegando de Aleksandr Labas,















Guerra Alemã de Pavel Filonov, e claro,


Kandinsky (gostei muito da Igreja Vermelha com seu reflexo na água)











e a bala na agulha desta roleta russa de Chagall, Promenade (ganhei horas observando-o).

Porque Roleta Russa? Porque só tem uma bala no tambor. Mas vale a pena (Somente ao vivo é que podemos ter idéia da força das obras, sua textura, luz, pincelada, etc).

Interessante observar as obras desde o período pré-revolucionário até o pós, o ambiente de otimismo com a classe operária chegando ao poder, nos cartazes revolucionários, evocando Lenin e a união proletária, até o pessimismo do período Stalinista, representado por Malevich com seu suprematismo que vai se tornando cada vez mais soturno, representando as pessoas com os rostos negros, sem perspectivas, liberdades, vida.

Até os anos 30, a Rússia, então república cabeça da União Soviética, era vanguarda em todos os campos artísticos, literatura, cinema, teatro, dramaturgia, música, dança, artes pláticas. Então veio Stalin... O resto depois é história.



@cajuínas

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Curso Publishing Management na FGV

Quem não gostaria de editar um livro? Mesmo quem não lê sonha esse sonho, sonhado por muitos. A FGV vai realizar a partir de agosto o curso Publishing Management, realizei com a coordenadora do curso, Cristiane Costa, uma entrevista sobre este:

- o curso é pra escritores que queiram editar seus próprios trabalhos? Quem mais pode querer fazer o curso?
Na verdade, é um curso para quem trabalha ou quer trabalhar no mercado editorial. Isso não quer dizer que um escritor não possa se beneficiar de conhecer com profundidade como funciona o mercado em que está se metendo.
2- Com o e-book, ou o livro eletrônico, vale à pena investir no mercado editorial? Como deverá ser o impacto do e-book no mercado?
Essa tecnologia ainda não chegou ao Brasil e, mesmo nos EUA, os suportes para o livro eletrônico estão evoluindo com rapidez assombrosa. De qualquer forma, estamos falando apenas de suporte. O conteúdo ainda é o mesmo, tanto no livro eletrônico quanto no impresso. E este conteúdo não sai direto do computador do autor. Ele precisa ser preparado, revisado, os direitos autorais negociados, divulgado, promovido, vendido. E é sobre essas etapas que trata o curso. O último módulo é todo dedicado a esta discussão: o impacto das novas tecnologias no mercado digital.
Quem quiser mais, ou entre no site, ou faça o curso, o que é justo.
Galera, acho que vale a pena...


@cajuínas

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Dica da semana

Quem estiver a fim de curtir alguma coisa cultural maneira e aproveitar pra viajar, a dica é o 41o Festival de inverno da UFMG. Já rola desde o dia 19. Segue o link:
http://www2.ufmg.br/festival09/inicial

Abs


@cajuínas

Som&Fúria

Essa semana a série, em sua reta final, perdeu um pouco de ritmo. Natural, essa última semana temos humor, drama, mas perdemos algo muito interessante no personagem de Dante (Felipe Camargo): sua paixão sem limites pelo teatro e sua luta pela sanidade, permanecendo ali no limiar, a ponto de explodir - tanto em criatividade, quanto em loucura. Agora, o amor incômodo de Dante é por Elen, e sua loucura está no que os outros pensam de si.

De qualquer forma é um barato, Andréa Beltrão é e está espetacular, tocando emoções completamente diferentes e múltiplas, especial a cena em que seduz o cunhado. Ótimo também Antonio Fragoso com seu Oswald Tomas, Life is crazy!

Vale conferir a cena no bar entre Daniel Dantas (o ator, não o banqueiro) e Paulo Betti. Cena simples, uma conversa entre amigos que divergem mas não brigam. Observar as ações fisicas, principalmente os personagens petiscando.


domingo, 19 de julho de 2009

Casamento Silencioso, excelente exemplo de como utilizar elementos teatrais e continuar fazendo cinema


Casamento Silencioso (Nunta Muta) é um bom filme. Uma comédia que mistura costumes, situações, caracteres, época e tragédia. A construção dos personagens lembra uma companhia de teatro amadora, onde tem que ter papel pra todo mundo e se criam personagens pra dar e vender. Mas na verdade o cinema romeno não segue o padrão estadunidense, nem deveria, e com suas experiências próprias nos brinda com outra perspectiva cinematográfica.

O roteiro junta situações desconexas.

Uma equipe de tv vai a um antigo vilarejo investigar fenômenos paranormais. Para explicá-los, voltamos no tempo e acompanhamos uma semana na vida deste vilarejo, onde se realiza um casamento, bem no dia da morte do Camarada Stalin. Festividades são proibidas, mas como os vilãos (os que vivem no vilarejo) insistem em resistir, todos os homens são mortos, assim como as mulheres estupradas e o vilarejo saqueado. É removido para dar lugar a uma fábrica. Situação trágica, mas através da caracterização dos personagens, da construção de situações, tanto do dia a dia como as oníricas, e através de referências, cria-se uma atmosfera cômica. Mesmo calcando-se na construção dos personagens, utiliza bem os ganchos dramáticos (acontecimentos, ou cenas, planos, falas, etc, que se ligam com cenas mais à frente no filme e concluem alguma trama- a chuva, a mancha no pescoço de Mara, a fantasma vestida de noiva, os risos, um fraseado musical ou sonoplastia entre outros).


Os personagens são muito engraçados e o filme percorre todo um espectro de arquétipos, temos: os jovens noivos, o anão, o menino (a testemunha que narra a história), o pai da noiva, o pai do noivo, a mãe da noiva, o cientista alucinado, o louco, o comunista, os bufões (o grupo de militantes do partido local), a fada (a menina que é estuprada e assassinada, a qual vai se tornar um vampiro - mulo, na acepção cigana), o padre guloso, os ciganos, os malvados (os russos), os bêbados do bar, o dono do bar, a prostituta, tem até o circo e suas magias. Os personagens vivem situações cômicas, e mascaram-se, de acordo com o momento, de aspectos bons e maus (exceto os russos, esses são terríveis). As interpretações são muito engraçadas, mas como são em romeno fica complicado uma análise mais profunda. Observa-se que deve ter sido muito divertido para os atores, e há momentos de visível improvisação, ou uso pela direção de características próprias de cada ator na construção da cena (por exemplo as brigas no bar).


A direção soube conduzir essa imensa trupe de atores.

Aproveitando o melhor da cada um. Soube ser sutil. Quando se trata de denunciar o stalinismo, sutileza é uma qualidade rara. Conduziu muito bem a fotografia e a edição, amarrou o roteiro e produziu belas cenas, como a em que o casal transa sobre um monte de milho e a moça vai sendo coberta pelos grãos. Outro exemplo é a homenagem ao cinema cômico mudo na cena em que se vai apresentar um filme (a patetice dos militantes do partido é muito engraçada). Outro mérito da direção, soube utilizar o silêncio muito bem, na cena do casamento consegue segurar a platéia por uns dez minutos ou mais em quase silêncio total. Além de que, em todo o filme consegue aproveitar os olhares de contracenação, mesmo em momentos de gritaria.


Edição e sonorização muito bem entrosados.

A trilha sonora marca muito bem a edição, com ritmo ou usando fraseados musicais para dialogar com os cortes (como o violoncelo para uma pan no anoitecer que antecede a festa). A sonoplastia não só ambienta com os ruídos rurais, como também se coloca dramaticamente, os sons da máquina fotográfica ao invés de flashes são estampidos graves, há momentos de silêncio em que sons de latidos entre outros marcam a comédia ou a tragédia da situação. Além de antecipar em vários momentos, por alguns fotogramas (um segundo é constituído de 24 fotogramas no cinema) o corte da edição: o som dos pássaros que antecipa a passagem de tempo, um sino antes do enterro, uma trompa cigana antes da festa de casamento...






A fotografia marca bem a diferença entre presente (tons frios) e passado (tons quentes). Se utiliza de recursos que estão um pouco fora de moda, como filtros de suavização (a primeira cena em que aparecem o anão e o menino há uma sutil névoa branca). Procura se fixar em tripés e se utiliza também, para marcar a diferença entre o tempo atual e o antigo, de uma granulação diferenciada, mais marcante nas cenas do passado, assim como a luz do sol, muito mais viva, permitindo uma maior utilização da contra-luz.

O stalinismo teve dessas aberrações, onde um capitão russo podia proibir uma cidade inteira de rir, festejar e até mesmo enterrar seus mortos. Mas a resistência se faz silenciosa, na cena patética da celebração do casamento, todos estão lá, do padre à prostituta. E quando não suportam mais a opressão, celebram sua resistência em alto e bom som. Mesmo sendo devastados, o fim da tirania se representa no presente, onde apesar da chuva (chove na cena da repressão russa), das marcas nos sobreviventes (a mancha no pescoço de Mara), dos fantasmas do passado (o mulo de Smaranda, que vaga pela fábrica abandonada), agora todos podem rir (o riso fora proibido - no filme- pelo governo comunista por conta do luto à morte de Stalin, o que é simbólico no filme).


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Para atores ou quem goste da arte e da busca de um personagem




Neste episódio há uma cena muito interessante onde o diretor do espetáculo discute com o ator a motivação da cena e seu objetivo. O problema apresentado é saber se o personagem Hamlet faz seu solilóquio pra si mesmo, ou representa para seu adversário que estaria observando escondido. Devemos ter em mente que numa interpretação para a câmera (cinema ou tv) a projeção de voz é completamente diferente, pois temos um operador de boom (microfone que capta a voz do ator), da teatral, onde o ator tem que projetar a voz para que quem esteja na última fila consiga escutar e compreender.

Há várias outra particularidades: a linguagem mimética, pois no teatro, lembrando do espectador da última fila, não temos uma câmera que pode fechar o plano e com isso nos colocar ao lado do ator (ao alcance de seu bafo). Além dos recursos de direção e edição (movimentos de câmera - travellings, pans, tilts- , cortes de planos, contra-planos e até mesmo os cortes para o ator que contracena, a sincronia dos cortes com a música e a sonorização).


Claro que é muito mais difícil tocar certas emoções quando temos que projetar nossa voz para alguém que esteja há trinta metros de distância. Isso provoca uma imensa discussão, a qual muito já ouvimos a respeito, entre a diferença de atuar pra teatro e pra câmera. Muitos confundem com atuar grande pra teatro e atuar pequeno pra câmera, se assim fosse, ninguém explicaria Jack Nicholson, ele faz tudo grande, seu olhar, seu sorriso, a sobrancelha... Devemos perseguir os códigos de comunicação em cada meio. O grande ou pequeno muito tem haver com os objetivos da cena. Este é um assunto longo e que vale livros e livros, a cena acima colocada exemplifica um pouco, quem puder, busque no youtube os episódios em sequência, onde há várias discussões sobre interpretação.

Críticas cinematográficas

Tem muita gente me pedindo mais críticas de filmes, mas como estamos em mês de férias escolares, tanto no Brasil (um mês) quanto nos EUA e Europa (três meses), este é um período de entressafra. Daqui há pouco saem os novos lançamentos e as críticas voltam.

Não vi nenhuma estréia hoje que me motivasse, e confesso que não estou com a menor vontade de assistir h'algum documentário. Nada contra o gênero que adoro, é uma questão de vontade mesmo.



Tenho acompanhado na medida do possível Som & Fúria e estou gostando bastante, muito divertido. Destaque da semana para Daniel Oliveira, seu personagem é o de um ator medíocre que através da busca de um grande diretor consegue se tornar um grande ator. A cena da primeira leitura de Hamlet é ótima, assim como a em que encontra o personagem sob um jorro d`'agua de um cano furado. Um trabalho difícil e interessante. Deve ter sido um grande prazer realizá-lo.

Quem quiser pode conferir a cena.


Lula, o pizzaiolo que inverte qualquer receita

Mais uma vez o presidente Lula consegue inverter a situação perante a opinião pública. Em seu cinismo extremamente eficiente, acusa a oposição de ser um bando de pizzaiolos, como se a oposição é que quisesse fazer a pizza no caso das acusações à Sarney, quando na verdade, quem quer por panos quentes, tanto nas acusações à Sarney, quanto na CPI da Petrobrás é o próprio governo.

Lula não somente demonstra descaradamente seu desprezo pelas instituições republicanas brasileiras, mais que isso, ele joga o jogo no qual é mestre, enquanto governo discursa como oposição, acusando a oposição como se esta governo fosse.

Mais uma vez, o PSDB, que não sabe ser oposição, deixa o governo virar a mesa e tem que correr atrás do prejuízo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lula, cinismo explícito

Cinismo explícito o de Lula ontem fazendo descaradamente campanha para sua candidata Dilma (com uso da máquina, da pior maneira possível).

Pior, dividindo palanque com Collor (o mesmo que na campanha de 89 usou de artifícios amorais, como o de que Lula forçou sua ex a fazer aborto) e Renan (sim o que teve que renunciar a presidência do Senado, lembra? Agora há pouco tempo...).

Bem, a gente merece...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Steve Jobs - tão importante quanto Sartre ou Nietzsche




Palestra de Steve Jobs para os formando da Universidade de Stanford, detalhe: ele não é formado.

Gente, tem que ser fã desse cara, da mesma forma como Sócrates, Nietzsche, Confúcio, Sartre e etc, refletiram seu mundo, a relação humana com o mundo, a própria reflexão humana sobre o mundo e como percebê-lo, conhecê-lo. Jobs refletiu seu mundo e interagindo com ele, o modificou para sempre. Não devemos vê-lo apenas como um técnico/engenheiro de informática que criou um sistema operacional. Na verdade, mais do que criar um sistema operacional de computadores do ponto de vista da engenharia, ele refletiu e concebeu toda uma forma de interação humana com os computadores.

Não há pessoa no mundo de hoje que não tenha sua vida de alguma maneira afetada pelas pesquisas que Jobs inciou e concluiu (claro que tudo está em movimento, mas ele aplicou os conceitos na prática) em sua garagem.

Sua visão de interface e ambiente amigável, em conjunto com interatividade, estética e criação, estão revolucionando o mundo como nunca antes, estão rompendo as fronteiras, barreiras culturais e lingüistícas, históricas e religiosas.

Seu sonho de mundo deve estar revirando Marx no túmulo, pois estão modificando completamente as relações de trabalho, sociais, sexuais, humanas e de comportamento.

Sua criação está mudando pra sempre a maneira de pensar o ser humano, de conceber o tempo, de produzir, buscar conhecimento, criar, se expressar artisticamente.

Um gênio de sua era, de sua geração, um símbolo de seu tempo. Torço de todo o coração que reestabeleça sua saúde, o mundo ainda precisa de sua mente.

Como ele mesmo diz: que tenha fome e seja tolo...

Tá todo mundo de olho pra onde está o olho do Obama. Mas confesso que também estou de olho no "Target".

Sarkozy é o melhor em cena, mas o melhor da cena, pra mim, é o "target". O bom dos EUA terem um presidente de origem afro é que ele entende de bunda. Gente o que era aquela esposa do Bush (qualquer um dos dois)?

Lula tá que nem é com ele, e tem sido assim durante todo o mandato lulático:

-Waldomiro?
- Nem é comigo.
- Mensalão? Ihhh...
- mas o Delúbio vem de origem sindical, ele é mais ligado historicamente ao senhor que ao Zé...
- Já acabou?


E assim vai a caravana chamada Brasil, onde o Sarney tem uma fundação que leva seu nome, mas a direção não é sua, e parece que o dinheiro também... pelo menos não era, porque agora...

Agora o PMDB tem o ministério, e há um mistério, na verdade vários:

Porque de repente a oposição se acovardou?

Porque o assessor do Arthur Virgílio foi fazer mestrado em Ibiza... ah sim, voltamos ao assunto inical, lá em Ibiza também tem muita bunda, parece que pra ver, e muita tomando... aqui também.

Seja como for, de bunda o Obama entende.

Em tempo: o PT e o PSDB têm semelhanças e diferenças... há algumas, mas destaco a principal diferença: o PSDB não sabe ser oposição.


@cajuínas

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Governo Chinês avisa que vai executar sumariamente quem participar de protestos em Xinjiang

Gente, eu perdi alguma coisa? Ou isso é nazismo na veia mesmo??? O que é isso? Cadê a indignação internacional, a pressão pelo respeito aos direitos humanos, aos direitos civis e democráticos?

Quer dizer, golpe em Honduras é um absurdo, mas executar sumariamente manifestantes na China, tudo bem?

A contagem já está em 600 mortos. O que é isso?!! Tipo: eu sou contra- morre!...?



@cajuínas

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Estamos na época das festas juninas, parece que dessa vez Sarney pulou a fogueira.


Em tempos de São João, o presidente do Senado José Sarney pulou a fogueira. Escândalos? Parece que nem é mais com ele. Os jornais já estão tratando de outros assuntos. O presidente Lula é o o pai da noiva da quadrilha (estou falando de quadrilha de festa junina, não confundir com organização criminosa), o marido parece ser o PT, que quis fugir da responsabilidade mas não teve jeito, foi convencido no argumento da mira da espingarda pelo zeloso pai da noiva.

Nessa nossa quadrilha junina a oposição dançou o anarriê, mas quando gritaram olha a cobra, todo mundo pulou, estamos esperando o grito de é mentira pra continuar a dança.

Nessa dança, o par perfeito parece ser o da política com a ética, perdidas no caracol da evolução sem fim desta quadrilha animada (mais uma vez, quadrilha de festa junina, olha, hein, gente?!).

E assim vai o país todo pra fogueira das vaidades, do poder, do descaso e do cinismo...

Nada não, como diria o poeta, após de acabada a festa, e agora José?



@cajuínas

Som & Fúria




Interessante a estréia ontem de Som & Fúria, comédia ácida que não poupa ninguém. Oliveira (Pedro Paulo Rangel), o diretor teatral que morre atropelado por um caminhão de presunto (ótimo, né?) é um diretor decadente, cuja morte possibilita uma última e talvez verdadeira performance. Dante (Felipe Camargo) o diretor talentoso, a fúria em busca de um teatro verdadeiro, revolucionário, é um louco esquisofrênico, Elen (Andréa Beltrão), antiga amante de Dante, um diva do teatro, perdida entre amores fúteis e afundada na solidão das coxias. Os burocratas da área cultural uns idiotas, assim como os patrocinadores, e assim vai, ninguém escapa de uma visão crítica e devastadora.

Dan Stulbach rouba a cena e é preciso atitude pra contracenar de igual pra igual com a Regina Casé. O pastor foi engraçadíssimo. Ou seja, um elenco de primeira sempre garante um bom divertimento.

Infelizmente, mais uma vez o elenco afro se resume a figuração, ou participação servindo bebida, limpando a escadaria do teatro...

Fotografia bem cuidada, há uma tendência de evolução na fotografia das séries fechadas da Globo. Edição dinâmica, mas há excesso do uso de músicas de ambientação (também uma tendência da Globo).

Som & Fúria tem a virtude de apresentar os bastidores de uma apresentação teatral, com toda sua dinâmica e todo o trabalho não visto pela platéia, as coxias, as superstições, a preparação dos atores, o nervosismo, o merda (como os atores se desejam sorte antes de uma estréia), etc.



Especial também, e muito charmoso, é nos apresentar o Teatro Municipal de São Paulo, ou seja, um grande teatro com sua beleza arquitetônica, suas políticas, sua necessidade de verbas, seu corpo de funcionários, sua administração, suas montagens e etc.

Agora é esperar e ver o que vem por aí.







@cajuínas

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Educação, fundamental, mas um tanto fora das primeiras páginas dos jornais

Esta semana o governo anunciou um projeto de reforma curricular e pedagógica, voltada principalmente para o fomento à leitura, e que tem como pilar, tornar a escola mais atraente para os alunos. Haverá muita discussão a respeito ainda, mas de qualquer forma a educação é um assunto fundamental, embora não costume gerar manchetes de primeiras páginas, salvos em momentos de grandes escândalos.


Mês passado, postei o primeiro de uma série de artigos com o seguinte tema: Segurança pública, uma matéria multidiciplinar, um tripé. Claro que a educação não deve ser encarada somente como um assunto de mero interesse relativo ao tema da segurança pública. Mas se insere neste também.



Em 2007 estive em Cuba para lançar um filme e realizar outro. Fiquei impressionado que, apesar da pobreza do país, todas as crianças estudam, todos os adultos são alfabetizados, gostam de ler, de poesia, e etc. Claro, Cuba tem uma população em trono de 12 milhões de pessoas. Mas eles buscaram soluções interessantes. Pra começar as turmas têm no máximo 20/25 alunos. Ao invés de construirem grandes escolas, eles pegam casas em cada rua e montam uma escolinha lá. Dá pra pensar nisso aqui, indo nas comunidades, alugando casas e qualificando os proprietários para cuidarem das crianças, buscarem e levarem pras suas casas, etc.

Bem, eu sou bicão no assunto, portanto realizei uma entrevista com o Deputado Estadual do Rio de Janeiro, Comte Bittencourt, especialista no tema, educador e de uma família tradicional do ramo. Em amarelo seguem reflexões minhas.





1- Porque a gestão da educação no Brasil está tão deficitária?
Comte - A educação, infelizmente, não é encarada com a seriedade e a responsabilidade que a nossa sociedade merece. Os governos refletem esse descaso quando optam por não valorizar o professor, o que significa, sim, uma remuneração condigna . Eles resistem em investir no percentual mínimo constitucional. Não tratam a educação como uma política de estado, mas sim como uma política de governo. Em geral, a cada gestor, seja secretário ou ministro, novos projetos são lançados e outros são abandonados. Não há continuidade nas ações. Devemos lembrar que educação não se faz em um dia.


O Brasil investe cerca de 3,02% do PIB nacional em educação, enquanto países desenvolvidos investem cerca de 5%. Claro, há carência: educadores, recursos, infraestrutura, material escolar, gente pra pensar seriamente no assunto.

2- Como mudar a educação da decoreba para uma educação que realmente ajude o jovem a pensar?
Comte – A escola precisa se tornar agradável e útil aos alunos. Só assim vai despertar maior interesse e interação. O melhor seria uma reforma criteriosa no currículo escolar e, mais uma vez, o investimento no capital humano, que é o professor. Certamente, dessa maneira, vamos construir uma escola melhor e mais agradável.

3- O que é a Lei de Responsabilidade Educacional? E como se prevê a sua implantação?

Comte – A Lei foi sancionada em abril deste ano. Com ela, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) deverá apresentar anualmente à Comissão de Educação da Alerj um relatório com todos os indicadores educacionais da rede pública estadual, até 120 dias após o término de cada ano letivo. A iniciativa é de suma importância para a educação no estado. Entre os indicadores exigidos pela nova lei, podemos citar: as taxas de alfabetização e de analfabetismo; os números relativos à evasão escolar; o total de professores em contratos temporários no estado; os programas relacionados à valorização e capacitação dos docentes, entre outros itens importantes. A implantação é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação.


4- Como melhorar o nível dos professores e como podemos aumentar seus ganhos?
Comte – Oferecendo acesso e oportunidade para que os docentes invistam em sua formação acadêmica e capacitação e melhorando suas condições de trabalho. Uma melhor remuneração dos professores também ajudaria muito, mas isso depende exclusivamente do desejo dos governantes. Devemos lembrar que essa é uma categoria grande e onerosa, mas deve
ter a prioridade que a educação merece, o que justifica qualquer grande investimento.

Creio que é preciso apresentar a conta pra sociedade. Quanto custa em termos absolutos (quanto x milhões, ou bilhões de reais), e em termos relativos (porcentagem do orçamento). O cobertor é curto, então devemos optar de onde vamos tirar.


5- Como fazer que a educação chegue a 100% dos brasileiros?
Comte – Quando ela for realmente prioridade. Quando as diferentes esferas do governo conseguirem atuar de forma articulada. Os estados precisam implantar seus sistemas de ensino, definindo metas claras e estimulando os municípios a fazerem o mesmo.

A área da educação é uma potencial absorvedora de mão-de-obra. Além de possibilitar que o indivíduo reflita sobre si, sobre sua realidade e se torne mão-de-obra qualificada, precisamos de professores! Podemos contratar esta pessoa. O Brasil vai precisar de professores, de muitos professores, pedagogos, inspetores de alunos, merendeiros, diretores de escola, autores de material didático, etc.

Chegamos no outro ponto deste tripé, o das oportunidades, gerar empregos e criar consuidores. Fica pra próxima.


@cajuínas

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Em se tratando de morte, todos nós queremos uma segunda chance.

Acho que a frase já diz tudo. Me veio assistindo ao filme "A Partida" e todas as suas discussões sobre o que é a morte, se é uma passagem, um portal, um retorno.

O ser humano se aflige diante da perspectiva de que ninguém é realmente especial e a morte iguala todos. Sendo perecíveis, elaboramos crenças, pensamentos, códigos morais e éticos; e nos negamos a aceitar que tudo acabe.

Pode ser que sim, pode ser que não. Mas quem de nós não quer um retorno, outra vida, ou uma segunda chance?


Michael Jackson, Pina Bausch, David Carradine, Sarney indo pro limbo... o século XX naturalmente vai-se embora...



@cajuínas