quarta-feira, 8 de julho de 2009

Som & Fúria




Interessante a estréia ontem de Som & Fúria, comédia ácida que não poupa ninguém. Oliveira (Pedro Paulo Rangel), o diretor teatral que morre atropelado por um caminhão de presunto (ótimo, né?) é um diretor decadente, cuja morte possibilita uma última e talvez verdadeira performance. Dante (Felipe Camargo) o diretor talentoso, a fúria em busca de um teatro verdadeiro, revolucionário, é um louco esquisofrênico, Elen (Andréa Beltrão), antiga amante de Dante, um diva do teatro, perdida entre amores fúteis e afundada na solidão das coxias. Os burocratas da área cultural uns idiotas, assim como os patrocinadores, e assim vai, ninguém escapa de uma visão crítica e devastadora.

Dan Stulbach rouba a cena e é preciso atitude pra contracenar de igual pra igual com a Regina Casé. O pastor foi engraçadíssimo. Ou seja, um elenco de primeira sempre garante um bom divertimento.

Infelizmente, mais uma vez o elenco afro se resume a figuração, ou participação servindo bebida, limpando a escadaria do teatro...

Fotografia bem cuidada, há uma tendência de evolução na fotografia das séries fechadas da Globo. Edição dinâmica, mas há excesso do uso de músicas de ambientação (também uma tendência da Globo).

Som & Fúria tem a virtude de apresentar os bastidores de uma apresentação teatral, com toda sua dinâmica e todo o trabalho não visto pela platéia, as coxias, as superstições, a preparação dos atores, o nervosismo, o merda (como os atores se desejam sorte antes de uma estréia), etc.



Especial também, e muito charmoso, é nos apresentar o Teatro Municipal de São Paulo, ou seja, um grande teatro com sua beleza arquitetônica, suas políticas, sua necessidade de verbas, seu corpo de funcionários, sua administração, suas montagens e etc.

Agora é esperar e ver o que vem por aí.







@cajuínas

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