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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Carta de um Policial




Carta enviada por Alberto Frambach, policial civil do Rio de Janeiro, pertecente à CORE.



QUEM POUPA O LOBO, SACRIFICA A OVELHA !!!!!
Policial tem vida? Qual a natureza jurídica do policial? Ele tem direitos?
DESABAFO DE UM POLICIAL CIVIL QUERENDO JUSTIÇA!



     Nos últimos dias morreram dois policiais civis. 
     Nos últimos 06 meses policiais militares que se interpuseram entre a sociedade e o tráfico de drogas na Zona Norte foram assassinados. Os policiais que perseguiram o ladrão de bancos conhecido como Balengo foram, juntamente com seus familiares ameaçados de morte.  Na última sexta feira, o GARRA desencadeou uma ação para capturar os matadores de um dos policiais. Investigadores, escrivães, agentes, carcereiros e delegados, de férias, de folga, abriram mão da convivência da sua família  para prender o assassino do colega. 
    Nenhuma palavra dos direitos humanos, nota ridicula da Globo, que preferiu dar destaque à prisão dos chamados higlanders. Muitas pessoas ligaram na Bandeirantes reclamando que a polícia estava sendo abusiva, que a operação prejudicava o trânsito, que a operação atrapalhava suas vidas. A Record, criticou o fato veladamente, ora batendo, ora soprando, mas não deixou de apresentar uma crítica ao GARRA. 
    Quando o casal Nardoni foi investigado, por quase 30 dias o Brasil,acompanhou uma novela. Ruas foram fechadas, inserções no horário nobre alterando o padrão Global, interditou-se ruas, avenidas, IML, a delegacia trabalhou apenas nisso!! No caso da menina Eloá, foram 100 horas em que famílias não puderam retornar aos seus lares. Isso mesmo, foi necessário a interdição de vários apartamentos. 
    No caso do sequestro do menino Ives, do empresário Beltrão, Abilio Diniz, dos repórteres da TV Globo, do homicídio de Tim Lopes, a polícia trabalhou horas sem interrupção. Tenho amigos que não puderam nem ir para casa. Em todos esses casos não houve reclamação; 
   Por isso pergunto: Policial é gente? Policial é humano? 
   Tenho incontáveis amigos que quero como um irmão na polícia. Tudo isso me machuca, me ofende. 
    No seu CPP de 2000 Nucci defendia que contra o policial sempre cabia prisão preventiva, posição retirada, mas nunca corrigida, pois nunca apresentou o policial como ser humano credor de direitos humanos. 
    Em julgado recente, o STF, em pleno direito penal do autor,decidiu que o policial deve sempre ficar preso, pois sua missão é defender a sociedade e, quando age de forma diferente deve permancer preso. E o direito a presunção de inicência que concedeu ao padre pedófilo, cujo HC terminou por julgar inconstitucional avedação de progressão de regime? E o jornalista Pimenta das Neves? O médico Farah que picotou sua vítima, E OS JUÍZES QUE VENDERAM SENTENÇAS E FORAM APOSENTADOS COM VENCIMENTOS INTEGRAIS, ou já se esqueceram de Vicente Leal? 
   Por tudo isso, pergunto: policial é gente? Será que vem da sociedade? 
   Trabalhei muito tempo em hospital para saber que médico não cobra de médico, que engenheiro não cobra de  engenheiro e, advogado não cobro de advogados. Não se trata de corporativismo, mas de companheirismo. 
   Há um velho ditado que diz: " na hora da dificuldade o ser humano roga a Deus e clama pela polícia. Passada esta, esquece-se de Deus e amaldiçoa a polícia. 
    É verdade. A nossa imprensa pequena e comezinha ainda está presa a dogmas do jornalismo do século 19. Aúnica norma constitucional que os jornalistas conhecem é a liberdade de expressão. qualquer atividade, como a proibição da divulgação de grampos ilegias fere a liberdade de expressão, ainda que para exercê-la humilhem e massacrem pessoas que depois se descobre inocente.  
    Em Questão de Honra, Tom Cruise, um advogado militar, pergunta a sua colega porque ela se importava tanto com os sentinelas processados, a que ela responde: porque quando deito, durmo sossegada, sabendo que eles estão vigilantes e, que naquela noite nada vai me acontecer. 
    Abraços, e que Deus nos proteja, para quem acredita nele, os nossos policiais e, para quem não acredita, boa sorte!! 

    COMO VOCÊ SABE, EU TRABALHO NO MEIO E CREIO QUE ESTAVA MAIS DO QUE NA HORA DE ALGUÉM GRITAR!!!


(Autorizo a divulgação do texto em sua totalidade!)
Um abraço. 














@cajuínas

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O craque carioca



Entre os vários crimes que a sociedade brasileira comete, um dos piores e creio sem perdão, sob o qual pagaremos juízo da História, é o que cometemos contra as crianças de rua. Crianças abandonadas nas ruas à própria sorte, expostas à violências de vários tipos, criminalidade, drogas, ao desprezo social, à morte física e/ou moral.

Agora que o crack chegou pra ficar no Rio de Janeiro, andando pelas ruas da cidade, podemos ver crianças, jovens, caídos no chão como que apagados. Eles nem procuram mais marquizes para dormir, mas desmaiam em qualquer lugar.Vez por outra vemos ambulâncias vindo socorrer garotos com overdose. Se observarmos atentamente, podemos perceber, que muito mais do que antes, as crianças de rua, hoje em dia estão idiotizadas, olhar enlouquecido, à beira da loucura no sentido real da palavra.


A sociedade brasileira precisa tomar atitudes rápido. Uma droga como o crack, com alto poder viciante e destruidor, que na verdade é uma forma sintética de cocaína. Com valor baixo, chegou forte pra estes meninos e em pouco tempo vai alcançar a classe média pra valer. Minha sobrinha, com cinco anos, pode ter problemas, e Deus queira que não, daqui há dez anos. Precisamos nos conscientizar, que mesmo que provenhamos aos nossos filhos uma educação perfeita, com muito afeto, companheirismo, valores morais fortes, excelente orientação, cultura e conhecimento. Mesmo assim, há um grau de incerteza quanto às possibildades deles se viciarem que segundo especialistas é de 50%. Sejamos otimistas e consideremos 30%?  É uma margem muito alta, há muito risco, é quase um jogo de azar e nestes casos a banca sempre vence.

Precisamos parar com o romantismo com relação aos traficantes, vender drogas pra crianças é um crime monstruoso. A miséria, pobreza, ignorância, podem explicar o embrutecimento do indivíduo, mas não são desculpas para a desumanidade. Pais que abandonam os filhos à sorte, ou que lhes acometem violências, até mesmo sexuais, precisam ser punidos duramente. Seja quem for, não importa seu estado de riqueza ou miséria.

Há muita coisa errada e muito pra se fazer, claro. Mas lugar de criança é na escola durante o dia e no lar à noite. Não consigo concordar em ver crianças à noite e madrugada chegando à praças que se tornam verdadeiras crackolândias.


Precisamos combater as monstruosidades e darmos nossos apoios às instituições e aos homens e mulheres que dedicam suas vidas a isso.  Há uma hipocrisia na classe média hoje em dia, que pede política de confrontos, que a polícia entre matando nas favelas e não admite que a PM dê dura num jovem de classe média na rota das boates noturnas. Jovem encontrado com drogas, bebidas, dirigindo bêbado, menor de idade após certa hora nas ruas, tem que ser levado à presença dos pais ou responsáveis, e estes tem que ser cobrados pelas autoridades.

Se a crítica as blitz da PM é a corrupção, então não  se dê dinheiro e se pague a penalidade devida caso esteja cometendo alguma infração ou delito.





Um discurso moralista? Pode ser, mas alguém concorda com o que está havendo? Obviamente há outras abordagens ao tema e gosto muito de ouvi-las e aprender. Mas eu realmente acredito que  este tipo de questão precisa ser combatido por três caminhos: educação, geração de oportunidades e repressão. É preciso agir logo, são gerações que se perdem nas ruas ou para o tráfico e a criminalidade. O esforço tem que ser de guerra, não importa custo, balanço fiscal, custos políticos, se isso vai favorecer a reeleição ou não de algum político.

Empenho já, total e irrestrito!





@cajuínas

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Contradições da polícia do Rio


Se por um lado três policiais morrem heroicamente, de outro capitão e cabo da PM re-roubam (não sei como chamar isso) ladrões e deixam vítima morrendo na calçada( Evandro João da Silva, coordenador do Afroreggae, ONG que se dedica a tirar jovens da criminalidade).


A polícia do Rio vive hoje estas contradições, de um lado policiais extremamente dedicados, sérios e corajosos, de outro policiais corruptos, envolvidos em crimes, com milícias, tráfico, jogo ilegal, prostituição, extermínio, etc. e o que há de pior por aí que se possa imaginar.


Reflexo de nossa sociedade que cobra o fim da violência na cidade, enquanto há pessoas que compram drogas, pirataria, produtos roubados, convivem promiscuamente com criminosos (a idéia idiota de: "desde que não faça nada comigo, tá tudo bem").

Enquanto isso pessoas são vítimas, assaltadas, violentadas, assassinadas e policiais sérios arriscam suas vidas em vão.

É inadmissível que mais de cento e cinqüenta homens armados atravessem a cidade, informação já antecipada pela inteligência da polícia, com a facilidade como eles fizeram. Moradores da região denunciam que havia policiais militares envolvidos no tiroteio apoiando uma facção. Há informações anônimas que falam na cifra de até duzentos mil reais de propina paga para elementos policias para que a invasão pudesse ocorrer. Claro que tudo isto pode ser boato, e não tenho como comprovar os fatos.

Mas é um fato que há muitos policias envolvidos em criminalidade, lemos todos os dias no jornais. É preciso valorizar com urgência a profissão, melhorar as condições de trabalho, investir no treinamento e reciclagem dos profissionais, investir no apoio psicológico e investir muito nos mecanismos de investigação aos profissionais das polícias, pois ao lado da educação e das oportunidades, o estado tem que ter os mecanismos de repressão e punição. A sociedade precisa saber quanto custa em termos financeiros, políticos e humanos este processo e tomar sua decisão.

Enquanto isso, no complexo do Alemão, como denunciou a deputada Marina Maggessi, por motivos políticos, há dois anos a polícia não intervém contra a quadrilha de traficantes do local. Já se detectaram bunkers extremamente complexos construídos durante este período. Agora, quando os policiais sérios forem lá para prender criminosos e os retirarem do convívio das pessoas honestas que lá vivem, suas vidas correrão extremo perigo. E como fica isso?

entrevista da deputada Marina Maggessi.








@cajuínas

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Rio de Janeiro em luto




Gostaria de prestar minha homenagem aos policiais militares: soldados Marcos Stadler Macedo, Idiney Canizarro de Oliveira e ao cabo Izo Gomes Patrício, prestar solidariedade às famílias e orar pela plena recuperação do cabo Anderson dos Santos.

Servidores públicos que sacrificaram suas vidas numa operação de resgate a policiais feridos em uma área onde havia confronto entre grupos de traficantes rivais. Estima-se que uma das facções contava com pelo menos cento e cinqüenta homens armados.

Homenagem também aos pilotos Marcelo Vaz de Souza e Marcelo Mendes, que com desapego à própria segurança e com destreza, conseguiram evitar a tragédia de que o helicóptero atingido caísse por sobre casas ou alguma via.

Houve também três vítimas inocentes, jovens moradores, mortos pela facção invasora ao voltarem para casa após uma noite em que comemoravam a compra do carro por um deles: o mecânico Marcelo da Costa Ferreira Gomes, 26 anos, o auxiliar administrativo da Clínica São Victor Leonardo Fernandes Paulino, 27 anos, e o mecânico Francisco Ailton Vieira da Silva, 25 anos. Francisco Alailton Vieira da Silva, 22 anos está, até o momento desta nota em estado grave no hospital.

Mais seis policiais feridos, entre eles o Major Busnello, o sniper que conseguiu garantir a vida da refém no assalto em Vila Isabel no dia 25 de setembro de 2009.








@cajuínas

sábado, 8 de agosto de 2009

A PM do Rio e o Senado

O que a PM do Rio de Janeiro vem fazendo para criar uma versão fantasiosa para o sumiço da engenheira Patrícia de Franco desaparecida em 2008 na Barra da Tijuca é a mesma lógica da tropa de choque do PMDB pra salvar o presidente do Senado José Sarney, ou a tentativa de salvar Renan Calheiros (parcialmente bem-sucedida), como a de poupar Lula no caso do mensalão e dos "aloprados" na campanha de 2006 (muito bem-sucedidas).

Então por que a surpresa?



@cajuínas

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Milícias, o fim da tese de que a liberação das drogas vai acabar com o crime organizado.

O que é a milícia? Um grupo armado, composto em sua maioria por policiais e bombeiros, que controla uma região, geralmente favela. Mantém este controle armado e financia-se com a exploração do tráfico de água (gato), luz (gato), gatonet, internet (gato), gás (monopólio armado da venda), transporte ilegal, cobrança ilegal e extorsiva de segurança (obrigatória e monopolizada), maquinas de jogos de azar, bingos clandestinos, cassinos clandestinos, prostituição, tráfico de produtos piratas, cigarros contrabandeados e por aí vai.

A milícia briga entre si e vários assassinatos são cometidos na disputa por territórios. Eles costumam se promover como guardiões da lei e da ordem, mas como vimos, são criminosos que estão envolvidos em várias práticas ilícitas, além de imporem sua "lei" e seus castigos, com sua visão distorcida de justiça. Sua diferença em relação aos traficantes? Não vendem drogas ilegais, por enquanto.

Cai por terra a visão simplista de que a pura e simples liberação da maconha ou de qualquer droga vai ser a maneira mais eficaz de combater o crime organizado. Sou a favor do debate e o assunto tem que ser discutido por toda a sociedade, o que já vem ocorrendo, mas o crime migra pra onde há lucro, já foi o jogo do bicho, assalto a bancos, sequestros, agora é droga e mais todas estas diversificações de negócios escusos.

A eleição de Obama é uma vitória contra a visão extrema-liberal que dominou a era Busch. Não podemos ser liberais (no sentido político da palavra) nesta questão das drogas. Não há como se iludir e achar que tudo vai ser liberado, senão teríamos cantinas de escolas vendendo crack para adolescentes de onze anos, alguém pode ser a favor disso? Se dissermos: mas não seria assim, então, teremos necessariamente algum tipo de de controle e restrição social e legal.

Se optarmos por liberar o uso e o comércio de drogas como a maconha, cocaína ou o que for, o faremos por outros motivos, como o dos direitos civis do usuário responsável, a facilitação do tratamento, ou que for, mas não porque acabaria com o nível de violência que há no Brasil hoje, isso não seria verdadeiro.



Quanto às armas... a venda de drogas ou outras práticas criminosas vêm financiando a compra de armas e munições para estes grupos se fortalecerem. Tá na hora do Brasil começar a cobrar dos governos estadunidense e europeus, uma política mais firme contra o contrabando de armas, estas são as coisas mais perigosas no momento. Se o traficante vendesse drogas mas andasse desarmado, sua capacidade de aterrorizar uma comunidade estaria totalmente restrita.

As campanhas de desarmamento são importantes, mas não é do cidadão comum que os criminosos obtém (através de roubos ou o que seja) seus AR-15, G3, AK-47, .30, granadas... Há rotas de tráfico e de armas que nem sequer temos completamente mapeadas. O disque-denúncia, há alguns anos, vem tentando elaborar um projeto para mapear estas rotas. Aí entra aquela história, fronteira (tanto seca, quanto marinha) imensa, impossível controlar... Mas cada AR-15 é fabricado em um determinado lugar, fácil rastrear a origem. É quando entra a necessidade do governo estadunidense (no caso do AR-15) pressionar estas fábricas, puni-as, combater o desvio de armas para criminosos, paramilitares, terroristas e etc.



@cajuínas

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Segurança Pública, uma matéria multidiciplinar, um Tripé.



A segurança pública se fundamenta num tripé: Educação-Oportunidades-Repressão. A educação é fundamental para que o indivíduo possa refletir sobre si, sua realidade, seja capaz de abstrair possibilidades para sua vida e se tornar mão-de-obra qualificada.

Criança tem que estudar e brincar, depois que fica adulta é preciso gerar oportunidades de inserção no mercado de trabalho, porque senão, de nada adiantam investimentos em educação, teremos somente criminosos mais qualificados. É preciso que o ganho salarial seja mais vantajoso, hoje em dia quem vive no mercado informal, mantém um padrão de vida muito próximo ao trabalhador formal. O salário só aumenta quando a demanda cresce, com o excedente de mão-de-obra que existe no Brasil hoje, dificilmente haverá aumento real dos salários.

Quando tudo falha é preciso a repressão policial, o medo da punição é um fator inibidor. Além do que as polícias e o sistema prisional são potenciais absorvedores de mão-de-obra (a razão ideal de policiamento, é de um policial para cada 250 habitantes). O enfrentamento ao crime deve ser levado adiante, e deve ser realizado dentro de princípios legais e democráticos. Quem vai enfrentar um criminoso armado é necessariamente um policial. Portanto é fundamental o investimento nas polícias. Muito se fala do uso de inteligência policial, mas o que é isso de fato? Um investigação pode levar anos (As operações contra a Cosa Nostra levaram anos e não acabaram com a máfia italiana, por outro lado o juiz Falcone foi assassinado). Coloco abaixo a entrevista com um responsável pelos setores de inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o qual preferiu o anonimato. Vamos chama-lo de Alberto.






1) O que é inteligência policial?
R.: Inteligência policial é quando os agentes deixam de usar a força bruta e adotam medidas mais ligadas à tecnologia, produzindo conhecimento. Usar os meios necessários para se chegar a residência dos criminosos. Usar contatos (interpessoais) por exemplo na Light, e com a roupa desta empresa, ou seus veículos, efetuar levantamentos em casas ou edifícios, podendo checar ainda o aumento do consumo de energia elétrica (fato este que estaria indicando um aumento de pessoas naquele imóvel). A inteligência usa recursos existentes como levantamentos através de sites específicos por meio dos nomes (desta forma descobre-se filiação, endereço, CPF, etc. - pode-se então checar num banco de dados se já foi feito algum Registro de Ocorrência por qualquer fato - descobre-se então o número do celular, os dados do veículo, etc.)

2) As pessoas assistem CSI e acreditam. Aquilo é possível? É possível no Brasil?
R.: Se os métodos usados no CSI existem? - Sim existem.

Se é possível o uso no Brasil? - Depende única e exclusivamente de vontade política. De quererem usar o dinheiro, realmente para descobrir a autoria de um crime. Lembre-se do caso PC Farias. Apareceu perito da USP, perito especialista (Mauro Ricart), fizeram confronto de impressões deixadas, etc. Tinham vontade de resolver por causa da mídia.



Quanto à série CSI ...
Lá não precisa de tira, de polícia. A perícia faz tudo. Vai ao local do crime, colhe os indícios, analisa, seus peritos possuem conhecimento na idade da morte de determinadas vespas encontradas nas cavernas da Bolívia, possuem banco de dados interligados, equipamentos de última geração para tudo que precisam, todos em funcionamento, técnicos disponíveis com conhecimento científico, tempo, verbas ... e se não bastasse, ao analisarem, chutam a polícia de rua, chamando o "suposto" criminoso para interrogatório (rasgaram os procedimentos básicos - perito faz perícia - investigador investiga - Autoridade de Polícia conduz as investigações) e depois de mostrarem a ele suas provas (chutaram novamente o Ministério Público) fazem na maior parte das vezes que ele confesse o crime. Então o prendem (não lembro de ter visto em nenhum episódio da série a leitura dos direitos e garantias) e o levam a julgamento. A polícia americana deve se retorcer com tamanha barbaridade!! Aqui existem tiras que passam mal quando vêem os furos ... Os peritos de lá, atiram bem, são estudiosos, interrogam e prendem.
Quero uma polícia dessas aqui também!!

3) Um trabalho de inteligência pode levar anos, correto? A sociedade, a imprensa, o governo
pressionam sempre. Isso prejudica o trabalho policial sério? Como explicar pra opinião pública
o que deve ser feito?
R.: Sim, um trabalho de inteligência pode levar anos. Por exemplo a prisão pelo Dr. Francischini da Polícia Federal do Juan Carlos Abadia, levou alguns anos. Mas não podemos esquecer que um agente da Polícia Federal, ganha muito bem e pode se dedicar a um "grampo" por muito tempo sem se incomodar com outros crimes. Acho que a primeira meta deveria ser de uma polícia mais bem paga. A corrupção não acaba! Existe corrupção na Federal, na polícia americana, em qualquer lugar. A Polícia Federal, fez o certo. Mexeu nos salários gradativamente, melhorou o nível de seus policiais e criou uma corregedoria forte. Sociedade, imprensa, Governo, sempre vão pressionar! Mas pense que com resultados, se cala a boca de muita gente. Vide como um exemplo o trabalho da CO.R.E. Ninguém bate, porque não existe nenhum (por menor que seja) boato de corrupção, o nível dos policiais é diferente da grande maioria da polícia, eles não são corruptos (pois se fossem não estaria na CO.R.E. - estariam fazendo "trabalhinhos" em outras Unidades de Polícia). A maioria das Delegacias possuem vários PMs adidos. Para que? Para arrumar dinheiro. Na CO.R.E. até existem, mas eles estão lá, pela promoção, pois ninguém leva dinheiro de forma alguma.

A Polícia Militar que é a polícia ostensiva, deveria ser ligada à Secretaria de Segurança. A Polícia Civil, que é judiciária, deveria ser como a Polícia Federal, ligada ao Tribunal de Justiça. Onde já se viu, duas policias dividindo espaço, atribuições e trabalhando numa enorme desconfiança? Não existe vontade de acabar com isso pelo poder público. Numa "anarquia" os corruptos, os infratores, saem sempre protegidos de alguma forma. É melhor, uma polícia desunida, fraca, revoltada, que seu inverso.
O número de prisões iria ser absurdo!!

Alberto, policial civil/RJ



É isso aí, a opinião de um profissional com mais de vinte anos de profissão. Pretendo agora realizar uma com um professor, outra sobre como gerar emprego e renda, com algum profissional da área de planejamento ou de economia.

Abs.





@cajuínas