segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Rio de Janeiro em luto




Gostaria de prestar minha homenagem aos policiais militares: soldados Marcos Stadler Macedo, Idiney Canizarro de Oliveira e ao cabo Izo Gomes Patrício, prestar solidariedade às famílias e orar pela plena recuperação do cabo Anderson dos Santos.

Servidores públicos que sacrificaram suas vidas numa operação de resgate a policiais feridos em uma área onde havia confronto entre grupos de traficantes rivais. Estima-se que uma das facções contava com pelo menos cento e cinqüenta homens armados.

Homenagem também aos pilotos Marcelo Vaz de Souza e Marcelo Mendes, que com desapego à própria segurança e com destreza, conseguiram evitar a tragédia de que o helicóptero atingido caísse por sobre casas ou alguma via.

Houve também três vítimas inocentes, jovens moradores, mortos pela facção invasora ao voltarem para casa após uma noite em que comemoravam a compra do carro por um deles: o mecânico Marcelo da Costa Ferreira Gomes, 26 anos, o auxiliar administrativo da Clínica São Victor Leonardo Fernandes Paulino, 27 anos, e o mecânico Francisco Ailton Vieira da Silva, 25 anos. Francisco Alailton Vieira da Silva, 22 anos está, até o momento desta nota em estado grave no hospital.

Mais seis policiais feridos, entre eles o Major Busnello, o sniper que conseguiu garantir a vida da refém no assalto em Vila Isabel no dia 25 de setembro de 2009.








@cajuínas

3 comentários:

  1. Recebi este e-mail e pediram pra que eu publicasse.

    Aos colegas de armas, com o mesmo ideal. Como policial civil, lotado na parte operacional da CORE - Coordenadoria de Recursos Especiais ... segue também do mesmo modo, meus sinceros sentimentos de perda e compaixão a família, e a todos nós que sentimos a perda, nessa guerra sem trégua que vivemos a cada dia. Fica aqui, a minha oferta de união de forças na hora que necesssário for seu emprego a todos os irmãos. Pude felizmente nesta semana, participar de diversas operações (iniciadas na fatídica data da queda da aeronave) e mostrar a força que juntos possuímos ... Na verdade, somos apenas uma força, com subdivisões administrativas,mas unidas pelo mesmo ideal. Para todos que recebream esse e-mail e para todo o nosso País.


    Não me atrevo a me comparar ao senhor com sua experiência de policia, mas me sinto no direito de dizer isso: Já estive em combate fora do país e sei o que o senhor está sentindo agora ... estive no Afeganistão durante 4 meses e meio e não durmo em paz sabendo que a nossa cidade e nossos amigos estão passando. A TODOS OS SEUS COMPANHEIROS, ESTAREI PRONTO PARA ACOMPANHAR O SENHOR ONDE QUER QUE O SENHOR VÁ, NÃO IMPORTA O DIA OU A HORA, ESTAREI JUNTO DO SENHOR PARA COMBATER A CRIMINALIDADE DO BRASIL. Aqui vai meu desabafo.

    Bruno Larangeira de Freitas 32 anos de vida, Legionário 1 classe, 2 anos de combate ao terrorismo pelo mundo.

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  2. continua

    Guerra no Rio O início do fim »

    Houve um tempo, não sei se glamouroso, romântico, ou apenas real, em que eu e mais alguns companheiros fazíamos parte de uma polícia, na qual tínhamos orgulho de atuar, tínhamos prazer em participar das operações desde o seu planejamento, até a sua execução. Houve um tempo em que os policiais que atuavam no combate direto ao crime organizado, e aqui não vai nenhuma crítica aos que atuavam em outras áreas, mas falo por mim e por aqueles que durante anos foram lotados na DRE, mais especificamente na DRE/RJ, e que hoje assistem aos eventos recentes que vem acontecendo em nossa cidade e que estarrecidos, assistem aquela delegacia que sempre primou por ser a primeira a se apresentar para atuar em apoio, fosse em operações nossas, fosse em operações de outras instituições, em situações de confronto ou não, e que agora assiste passivamente a guerra que se instalou em nossa cidade, sem se mover, estática, tetraplégica. Houve um tempo em que os policiais da DRE participavam das operações nas favelas (por que os nomes “comunidade” ou “área de risco” surgiram depois), mais com o coração do que com especialização, mais com a vontade de vencer o bom combate do que com grandes recursos propriamente ditos, quais sejam: armamento, viaturas etc.. Houve um tempo em que a nossa polícia se ocupava diuturnamente no combate ao verdadeiro crime organizado, sem se preocupar com “PIROTECNIAS” ou outro nome que queiram dar, mas que efetivamente combatia a criminalidade, que cuidava de tirar das ruas aqueles que só existiam para fazer o mal, para viciar nossos filhos, para matar nossas famílias, para acabar com nossas vidas.

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  3. Mas hoje não, hoje atuamos (se é que podemos dizer isso) em uma polícia repleta de siglas, COT, GPI, CGPRE, DCOR, DELEPAT, DELEARM etc. e que se tornou, ou pelo menos tenta se tornar, um modelo de “gestão no serviço público”, com equipamentos de p onto digitais, com controle de viaturas através de sua “eficiente” rede de computadores, onde as palavras que mais se ouvem por parte dos dirigentes são ‘CONTROLE, GESTÃO, OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS etc., mas que infelizmente deixou de ser polícia. Deixou de ser aquela polícia em que os “GUERREIROS” que nela atuavam o faziam com orgulho e até por que não dizer por prazer e por devoção. Deixou de ser aquela polícia que sempre foi respeitada pelas outras instituições ligadas a segurança pública, por estar sempre junto, lado a lado, ombro a ombro. Poderia ficar aqui citando por horas os motivos que me levaram a redigir este documento, mas vou apenas citar um: VERGONHA. Vergonha que senti de mim mesmo quando por volta das 8 horas da manhã do último sábado, dia 17/10, fui informado por um colega que a vagabundagem havia derrubado um helicóptero da Polícia Militar. Meu primeiro pensamento foi: será que todos conseg uiram sobreviver? Deus permita que sim, mas infelizmente isso não ocorreu. Infelizmente, três pais de família, mas acima de tudo três GUERREIROS se foram, três homens de bem morreram para tentar salvar as vidas de nossas famílias. Mas o pior ainda estava por vir. Comecei a ligar para todos os companheiros que podia, informando dos fatos e confirmando que todos poderíamos ser convocados a nos dirigir para a superintendência. Eu achava isso, eu esperava isso, eu queria isso. Mas não. O que vi foi o contrário, não houve qualquer acionamento do efetivo de nossa superintendência, muito menos de nossa DRE. Não que fôssemos fazer diferença, mas apenas para mostrar aos companheiros naquele momento que, como sempre, estávamos juntos, lado a lado, ombro a ombro como sempre foi, combatendo um inimigo comum a todos. Para que os VAGABUNDOS que hoje aterrorizam nossa cidade, vissem que estamos unidos contra eles e que vamos vencer essa guerra. VERGONHA, APENAS VERGONHA é o que me resta sentir quando assisto pela TV, no conforto e segurança do meu lar, o desespero das famílias destes heróis mortos e a mãe de um deles, que apesar da dor inimaginável que certamente está sentindo, vir a público, com suas lágrimas contidas, dizer que seu filho morreu fazendo aquilo que gostava, lutando pela causa que escolheu para sua vida. VERGONHA, só me resta sentir VERGONHA. CB IZZO GOMES PATRÍCIO, SD MARCOS STANDLER MACEDO, SD EDINEY CANAZARO A vocês, HERÓIS desta cidade, meu pedido de desculpas; a suas famílias, meu pedido de perdão; a minha família, meu pedido de paciência, para entender toda a ANGÚSTIA e VERGONHA que estou sentindo neste momento; e a Deus, meu pedido que ilumine as mentes dos homens que dirigem este país, esta polícia, esta superintendência, para que eles possam perceber que se não mudarem suas posturas, realmente, estaremos perto do INÍCIO DO FIM. *Agente de Polícia Federal não quis se identificar, 27 de polícia.

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