quinta-feira, 30 de julho de 2009

Milícias, o fim da tese de que a liberação das drogas vai acabar com o crime organizado.

O que é a milícia? Um grupo armado, composto em sua maioria por policiais e bombeiros, que controla uma região, geralmente favela. Mantém este controle armado e financia-se com a exploração do tráfico de água (gato), luz (gato), gatonet, internet (gato), gás (monopólio armado da venda), transporte ilegal, cobrança ilegal e extorsiva de segurança (obrigatória e monopolizada), maquinas de jogos de azar, bingos clandestinos, cassinos clandestinos, prostituição, tráfico de produtos piratas, cigarros contrabandeados e por aí vai.

A milícia briga entre si e vários assassinatos são cometidos na disputa por territórios. Eles costumam se promover como guardiões da lei e da ordem, mas como vimos, são criminosos que estão envolvidos em várias práticas ilícitas, além de imporem sua "lei" e seus castigos, com sua visão distorcida de justiça. Sua diferença em relação aos traficantes? Não vendem drogas ilegais, por enquanto.

Cai por terra a visão simplista de que a pura e simples liberação da maconha ou de qualquer droga vai ser a maneira mais eficaz de combater o crime organizado. Sou a favor do debate e o assunto tem que ser discutido por toda a sociedade, o que já vem ocorrendo, mas o crime migra pra onde há lucro, já foi o jogo do bicho, assalto a bancos, sequestros, agora é droga e mais todas estas diversificações de negócios escusos.

A eleição de Obama é uma vitória contra a visão extrema-liberal que dominou a era Busch. Não podemos ser liberais (no sentido político da palavra) nesta questão das drogas. Não há como se iludir e achar que tudo vai ser liberado, senão teríamos cantinas de escolas vendendo crack para adolescentes de onze anos, alguém pode ser a favor disso? Se dissermos: mas não seria assim, então, teremos necessariamente algum tipo de de controle e restrição social e legal.

Se optarmos por liberar o uso e o comércio de drogas como a maconha, cocaína ou o que for, o faremos por outros motivos, como o dos direitos civis do usuário responsável, a facilitação do tratamento, ou que for, mas não porque acabaria com o nível de violência que há no Brasil hoje, isso não seria verdadeiro.



Quanto às armas... a venda de drogas ou outras práticas criminosas vêm financiando a compra de armas e munições para estes grupos se fortalecerem. Tá na hora do Brasil começar a cobrar dos governos estadunidense e europeus, uma política mais firme contra o contrabando de armas, estas são as coisas mais perigosas no momento. Se o traficante vendesse drogas mas andasse desarmado, sua capacidade de aterrorizar uma comunidade estaria totalmente restrita.

As campanhas de desarmamento são importantes, mas não é do cidadão comum que os criminosos obtém (através de roubos ou o que seja) seus AR-15, G3, AK-47, .30, granadas... Há rotas de tráfico e de armas que nem sequer temos completamente mapeadas. O disque-denúncia, há alguns anos, vem tentando elaborar um projeto para mapear estas rotas. Aí entra aquela história, fronteira (tanto seca, quanto marinha) imensa, impossível controlar... Mas cada AR-15 é fabricado em um determinado lugar, fácil rastrear a origem. É quando entra a necessidade do governo estadunidense (no caso do AR-15) pressionar estas fábricas, puni-as, combater o desvio de armas para criminosos, paramilitares, terroristas e etc.



@cajuínas

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