sexta-feira, 17 de julho de 2009

Para atores ou quem goste da arte e da busca de um personagem




Neste episódio há uma cena muito interessante onde o diretor do espetáculo discute com o ator a motivação da cena e seu objetivo. O problema apresentado é saber se o personagem Hamlet faz seu solilóquio pra si mesmo, ou representa para seu adversário que estaria observando escondido. Devemos ter em mente que numa interpretação para a câmera (cinema ou tv) a projeção de voz é completamente diferente, pois temos um operador de boom (microfone que capta a voz do ator), da teatral, onde o ator tem que projetar a voz para que quem esteja na última fila consiga escutar e compreender.

Há várias outra particularidades: a linguagem mimética, pois no teatro, lembrando do espectador da última fila, não temos uma câmera que pode fechar o plano e com isso nos colocar ao lado do ator (ao alcance de seu bafo). Além dos recursos de direção e edição (movimentos de câmera - travellings, pans, tilts- , cortes de planos, contra-planos e até mesmo os cortes para o ator que contracena, a sincronia dos cortes com a música e a sonorização).


Claro que é muito mais difícil tocar certas emoções quando temos que projetar nossa voz para alguém que esteja há trinta metros de distância. Isso provoca uma imensa discussão, a qual muito já ouvimos a respeito, entre a diferença de atuar pra teatro e pra câmera. Muitos confundem com atuar grande pra teatro e atuar pequeno pra câmera, se assim fosse, ninguém explicaria Jack Nicholson, ele faz tudo grande, seu olhar, seu sorriso, a sobrancelha... Devemos perseguir os códigos de comunicação em cada meio. O grande ou pequeno muito tem haver com os objetivos da cena. Este é um assunto longo e que vale livros e livros, a cena acima colocada exemplifica um pouco, quem puder, busque no youtube os episódios em sequência, onde há várias discussões sobre interpretação.

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