sexta-feira, 17 de abril de 2009

Polícia é que nem criança, quando tá longe faz falta, quando tá perto incomoda.



Segurança pública é que nem futebol, cada um tem a sua solução. Mas não há nenhuma que não passe pela polícia e o policial. Realmente só com a polícia ou ações repressivas não se resolve o problema das drogas, nem da criminalidade, mas é o policial quem vai enfrentar o criminoso. É o policial quem vai pegar a arma e entrar num ambiente hostil, com criminosos bem armados, buscar aqueles que ameaçam a nossa família, que arrastam nosso filho, que baleiam a nossa filha, vendem crack pra crianças, estupram, sequestram, matam... ou algum de nós se propõe a enfrentá-los? Ir lá buscar as milhares de armas espalhadas pelas cidades e prender os criminosos?


Polícia do MAL

Nós temos a polícia do mal: mal selecionada, mal treinada (exceto algumas unidades de elite), mal remunerada, mal equipada, mal empregada, mal assistida, mal vista, mal compreendida. Há um ressentimento muito grande entre os policiais quanto à sociedade e ao governo e principalmente aos grupos defensores dos direitos humanos (tá na hora de estabelecermos contatos e nos reaproximarmos). Hoje há várias ONGs trabalhando em áreas de risco social, disputando contra o crime organizado, como diz Luiz Eduardo Soares, criança a criança. Não devemos fazer o mesmo com os policiais, disputar um a um contra a corrupção ou a violência desproporcional? Lemos nos jornais todos os dias que a operação policial contou com 150 policias, que enfrentaram mais de 200 criminosos de tal facção. Gente isso não é operação policial, é batalha. Há policiais que apresentam estresses de veteranos de guerras. São seres humanos, né? Não dá pra botar um sujeito numa troca intensa de tiros, onde ele mata alguém e não dar nenhum suporte psicológico ( alguém acha que ele não sente muito medo? Se não sente, o seu estado psicológico é pior), ao contrário manda ele de volta às ruas, sem descanso, pausa ou o que seja.


O que é segurança?

Pra nós, cidadãos comuns, é termos viaturas da polícia passando de cima pra baixo em nosso bairro. Não dá pra ter um policial em cada esquina, mas podemos ter patrulhamento ostensivo com qualidade. Então devemos encarar a questão, o efetivo policial no Rio deve pelo menos triplicar, e o salário também. Agora, quanto custa isso? É preciso apresentar a conta pra sociedade, para que possamos discutir: o que vamos ter que abrir mão pra tal? Algumas obras? Escola? Hospital? Saneamento? Porque o cobertor é curto e não adianta ficar cobrando do governo, sem sabermos do que estamos falando.


Turistas

Assalto a turistas é muita falta de cuidado. Claro que ninguém deve ser assaltado, mas a área em que os turistas transitam é mínima, entre o Leblon e o MAM, incluindo aí, paineiras, Rio Branco e seus Museus, Santa Tereza e linha vermelha. Dá pra patrulhar direito, né? E a repercussão é péssima, afentando a indústria turística e etc.



Repressão

Gato escaldado tem medo de água fria, devido aos anos de ditadura e repressão política, há uma grande desconfiança da sociedade em relação às polícias. Mas elas seguem as orientações sociais e governamentais, se conversarmos com policiais em off, eles nos dirão que altas autoridades estimulam o extermínio, as mesmas que depois os chamam de imbecis, quando eles executam "a pessoa errada". Qualquer política de combate à criminalidade deve levar em conta um tripé: educação, oportunidade (não adianta dar escola se depois não tem empregos, ou com salários ridículos, deve-se gerar oportunidades) e repressão.


Drogas

Claro que o combate as drogas como aí se apresenta é ineficiente. Mas também não vamos achar que a simples legalização vai resolver tudo. Ou alguém acha que os criminosos dessas facções, com a legalização, vão dizer: É, acabou. E entregar as armas?

Hoje em dia se lucra com as drogas, como já foi o jogo do bicho, ou as maquininhas, proteção e etc. Também, por mais que se legalize, ninguém pode ser a favor de crianças de doze anos fumando crack. Necessariamente tem que haver algum controle social.

Engraçado que com essa crise global onde se coloca em cheque as relações de mercado, se defenda pura e simplesmente o neo-liberalismo na questão das drogas.




@cajuínas

2 comentários:

  1. Olá!

    Infelizmente a realidade que vivemos é exatamente essa. O que se pode esperar de um governo que não investe na prevenção, quer seja relacionada a saúde, educação ou segurança? Partindo do conceito de saúde (bem- estar físico, social e mental)podemos afirmar que nossa sociedade vive um caso (ou será caos?)de doença crônica. Esta doença se retroalimenta pelos baixos salários pagos aos profissionais da segurança, pela desigualdade social, pela fome, miséria e (principalmente)pela falta de ética/moral/dignidade (vergonha na cara) de políticos despreparados ou desprovidos de humanidade.
    Sou educadora e profissional da saúde e me choca saber da negligência total e absoluta com esses profissionais fundamentais em qualquer sociedade. As condições físicas são avaliadas no processo seletivo, porém totalmente desprezadas na manutenção do profissional. Avaliações auditivas, avaliações psicológicas/psiquiátricas, dentre outras não são um luxo na vida desses profissionais. Fala-se tanto em salubridade no ambiente de trabalho; discute-se tanto os direitos dos trabalhadores... acaso policiais não são trabalhadores?
    Espero o dia em que esses profissionais sejam tratados com dignidade, certamente o reflexo será visualizado na sociedade.

    Esther

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  2. Oi Esther, obrigado por sua opinião. Esquecemos que os policiais são trabalhadores e seres humanos. Pedimos pra eles que hajam como heróis de filmes. O mesmo com os professores, exigimos empenho, abnegação e não ligamos a mínima pras suas necessidades.
    Abs,
    Paulo

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