Che (Steven Sondenberg) na verdade transforma o herói revolucionário (gente eu também sou fã do cara, sempre tive buttons, quadros e etc.) num ícone americano de herói. É quase o John Wayne (confesso que apesar de matar índios e vietnamitas, eu adoro seus filmes): mal humorado, ranzinza, trata mal os novatos, mas no fundo os adora, firme, sem medo, e não come ninguém (a menina dá mole pra ele descaradamente, né? Tudo bem, no dois eles casam, ufa).
Engraçado, pois justamente contra a visão americana é que Che lutou. Mas tudo bem, de revolucionário odiado a modelo internacional (afinal Che hoje vende roupas e buttons em lojas chiques de todo o mundo) foi um caminho natural do capitalismo vitorioso.
Del Toro faz um excelente trabalho, tanto em sua caracterização quanto em sua composição, sua respiração, seu olhar (não tenho como avaliar o sotaque), ações físicas e principalmente sua maneira de andar. (detalhe para a metralhadora Browning e para a M1 que ele utiliza, armas americanas da segunda guerra mundial)
Fidel (Deminán Bichir) está um pouco exagerado, como se estivesse sempre discursando, mas talvez ele seja assim na vida real. Camilo Cienfuego (Santiago Cabrera) é um ranger daqueles comuns em filmes do Wayne, estilo engraçado, e sua caracterização é quase a de um confederado da guerra de sessão americana. Santoro cumpre bem seu papel.
O filme em si é quase um bang-bang com tiroteios, explosões, descarrilamento de trem, mortes, etc. Interessante a mistura de formatos de captação e pra quem se interessa, a nova sensação do mercado de câmeras (RED) é utilizada. A fotografia, como sempre em Sondenberg, é um prazer a mais, predominantemente de tons quentes, e misturando o preto e branco carregado na granulação. Trabalha mais em planos médios e americanos reforça a estética dos bang-bangues). Quanto à sonorização deixa um pouco a desejar, claro que é bem feita, mas nada além disso. Há a cena em que Che e Aleida (Catalina Sandino Moreno) vem caminhando à noite e está fora de sincronismo labial.
Revolução.
É óbvio que a revolução cubana foi um avanço. É óbvio que todos torcemos por eles contra os yankees. Mas diz a sabedoria de povos primitivos ou indígenas, que o líder guerreiro não deve ser o mesmo líder civil (chato admitir, mas os americanos sabem disso.) No filme percebe-se que as decisões de Fidel, por mais acertadas que sejam, são arbitrárias e incontestáveis, sem nenhuma discussão democrática ou o que seja. Claro, eles estavam em guerra, não há tempo pra isso. Mas após a vitória, já era tempo de este estado bélico mudar.
Estive em Cuba em 2007 para dirigir um documentário para a Ópera Prima. Belíssimo país, mas ainda pré-industrial. Seu principal produto é o charuto (manufatureiro), já que a cana perdeu a competição para a brasileira. O Turismo pode ser a grande saída. Che é herói. Chavez o novo melhor amigo. Contam que Fidel é imorrível. Fui testemunha de um diálogo entre uma brasileira e um cubano, ela perguntou sobre a liberdade em Cuba, e ele respondeu: É um drinque!
Esperto foi o Obama, ao invés de apontar rifles, vai mandar dinheiro, abrir aos poucos as relações comerciais e deixar que o capitalismo resolva, com sua dinâmica de consumo, tecnológica, de relações e etc.
@cajuínas
Engraçado, pois justamente contra a visão americana é que Che lutou. Mas tudo bem, de revolucionário odiado a modelo internacional (afinal Che hoje vende roupas e buttons em lojas chiques de todo o mundo) foi um caminho natural do capitalismo vitorioso.
Del Toro faz um excelente trabalho, tanto em sua caracterização quanto em sua composição, sua respiração, seu olhar (não tenho como avaliar o sotaque), ações físicas e principalmente sua maneira de andar. (detalhe para a metralhadora Browning e para a M1 que ele utiliza, armas americanas da segunda guerra mundial)
Fidel (Deminán Bichir) está um pouco exagerado, como se estivesse sempre discursando, mas talvez ele seja assim na vida real. Camilo Cienfuego (Santiago Cabrera) é um ranger daqueles comuns em filmes do Wayne, estilo engraçado, e sua caracterização é quase a de um confederado da guerra de sessão americana. Santoro cumpre bem seu papel.
O filme em si é quase um bang-bang com tiroteios, explosões, descarrilamento de trem, mortes, etc. Interessante a mistura de formatos de captação e pra quem se interessa, a nova sensação do mercado de câmeras (RED) é utilizada. A fotografia, como sempre em Sondenberg, é um prazer a mais, predominantemente de tons quentes, e misturando o preto e branco carregado na granulação. Trabalha mais em planos médios e americanos reforça a estética dos bang-bangues). Quanto à sonorização deixa um pouco a desejar, claro que é bem feita, mas nada além disso. Há a cena em que Che e Aleida (Catalina Sandino Moreno) vem caminhando à noite e está fora de sincronismo labial.
Revolução.
É óbvio que a revolução cubana foi um avanço. É óbvio que todos torcemos por eles contra os yankees. Mas diz a sabedoria de povos primitivos ou indígenas, que o líder guerreiro não deve ser o mesmo líder civil (chato admitir, mas os americanos sabem disso.) No filme percebe-se que as decisões de Fidel, por mais acertadas que sejam, são arbitrárias e incontestáveis, sem nenhuma discussão democrática ou o que seja. Claro, eles estavam em guerra, não há tempo pra isso. Mas após a vitória, já era tempo de este estado bélico mudar.
Estive em Cuba em 2007 para dirigir um documentário para a Ópera Prima. Belíssimo país, mas ainda pré-industrial. Seu principal produto é o charuto (manufatureiro), já que a cana perdeu a competição para a brasileira. O Turismo pode ser a grande saída. Che é herói. Chavez o novo melhor amigo. Contam que Fidel é imorrível. Fui testemunha de um diálogo entre uma brasileira e um cubano, ela perguntou sobre a liberdade em Cuba, e ele respondeu: É um drinque!
Esperto foi o Obama, ao invés de apontar rifles, vai mandar dinheiro, abrir aos poucos as relações comerciais e deixar que o capitalismo resolva, com sua dinâmica de consumo, tecnológica, de relações e etc.
@cajuínas
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