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O diretor de cinema americano Spike Lee, em recente entrevista no festival de Cannes, falou sobre as possibilidades que as novas mídias oferecem aos produtores, se referiu especialmente ao celular. A palavra do dia entre os profissionais do ramo de publicidade e televisão é convergência. As verbas publicitárias da tv aberta caíram relativamente, desespero para a Globo, que além de disputar com a Record, ganhou um poderoso adversário, YouTube.
Estamos todos em busca desesperadamente de novas idéias que se insiram nesta tal convergência, e o que vem a ser isto? Programas ou serviços que apreendam o espectador na tv, internet e celular. Há no Brasil hoje em dia em torno de 160 milhões de telefones celulares, algo em torno de 50 milhões de usuários de internet. O conceito de uso da internet está mudando, se até há pouco tempo, em nossa cabeça navegar era ir a um terminal (computador em casa ou lanhouse), hoje em dia estamos em plena conectividade, ou seja, conectados fulltime, através de nossos smartphones. Claro que nem todos têm ainda o smartphone, e dos 160 milhões de celulares no Brasil, 120 milhões são pré-pagos. Mas a tendência é esta. Não esqueçamos que o mundo tem 6,5 bilhões de seres humanos, caminhando em marcha corrida para 7 bilhões. Ou seja, 7 bilhões de potenciais consumidores (tá ok, 1/6 da humanidade não é nem de perto consumidora, mas estamos falando de tendências, tá?).
O barateamento da tecnologia é um fator de democratização ao acesso. O que Spike Lee diz, é basicamente: com um celular com câmera, um menino pode fazer um filme. Martin Scorsese em seu livro (Scorserse por Scorserse), lá pelos idos de 1990, dizia que o cinema só vai ser realmente arte, quando uma menina de oito anos, de uma cidade pequena, puder fazer seu filme. Isto já acontece.
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Muitos de nós somos apaixonados por cinema, legal! Todos nós podemos fazer filmes, vejamos: câmera hoje em dia é barato, qualquer celular tem, pra editar há softwares gratuitos, pra exibir tem o YouTube, os próprios celulares, há festivais e etc. Quanto à qualidade... bem é outro assunto amplo... Arte não se ensina, o que podemos discutir é o artesanato, as técnicas de execução. Há vários cursos e livros a respeito, também ninguém precisa esperar uma formação universitária para experimentar, um pouco de leitura, um pouco de experimentação, e assim vai.
Acho razoável não tentar encarar um filme pessoal feito em celular, como as superproduções holywoodianas (dá pra fazer, quem não se lembra do Ronaldinho acertando o travessão 3 vezes seguidas? Isso não tem a ver com a mídia, mas com os recursos). Efeitos especiais, explosões, tiros, etc. Mas há outras variáveis interessantes e fortes: uma boa história, com uma trama interessante e personagens pertinentes. Sugiro pra quem quer começar a estudar o assunto que leia "A Poética" - Aristóteles.
Dicas:
Boa trama - dramaturgia é conflito. Escolha um bom conflito, um perigo, um vilão, uma escolha difícil, tudo deve envolver riscos (morte, perder o amor da vida, ser corrompido, etc).
Personagens - especial atenção, nós assistimos filmes, séries, peças, por conta dos arquétipos que os personagens são. Nós nos identificamos com os personagens, em especial o herói. Portanto a construção do herói deve ser sólida. Todos os seres humanos têm virtudes e defeitos. O herói deve ser assim, ter traços notáveis, ou heróicos, como coragem, bondade, sensibilidade e etc. Mas deve ter também contrapontos, um deles (que chamamos de falha trágica) pode leva-lo a morte ou a falhar em sua jornada (sua vivência ao longo da trama). Ao fim de sua jornada, o herói deve receber uma recompensa (ganhar a mocinha, matar o vilão, aprender algo), mas principalmente, deve superar sua falha trágica e crescer.
@cajuínas
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O barateamento da tecnologia é um fator de democratização ao acesso. O que Spike Lee diz, é basicamente: com um celular com câmera, um menino pode fazer um filme. Martin Scorsese em seu livro (Scorserse por Scorserse), lá pelos idos de 1990, dizia que o cinema só vai ser realmente arte, quando uma menina de oito anos, de uma cidade pequena, puder fazer seu filme. Isto já acontece.
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Muitos de nós somos apaixonados por cinema, legal! Todos nós podemos fazer filmes, vejamos: câmera hoje em dia é barato, qualquer celular tem, pra editar há softwares gratuitos, pra exibir tem o YouTube, os próprios celulares, há festivais e etc. Quanto à qualidade... bem é outro assunto amplo... Arte não se ensina, o que podemos discutir é o artesanato, as técnicas de execução. Há vários cursos e livros a respeito, também ninguém precisa esperar uma formação universitária para experimentar, um pouco de leitura, um pouco de experimentação, e assim vai.
Acho razoável não tentar encarar um filme pessoal feito em celular, como as superproduções holywoodianas (dá pra fazer, quem não se lembra do Ronaldinho acertando o travessão 3 vezes seguidas? Isso não tem a ver com a mídia, mas com os recursos). Efeitos especiais, explosões, tiros, etc. Mas há outras variáveis interessantes e fortes: uma boa história, com uma trama interessante e personagens pertinentes. Sugiro pra quem quer começar a estudar o assunto que leia "A Poética" - Aristóteles.
Dicas:
Boa trama - dramaturgia é conflito. Escolha um bom conflito, um perigo, um vilão, uma escolha difícil, tudo deve envolver riscos (morte, perder o amor da vida, ser corrompido, etc).
Personagens - especial atenção, nós assistimos filmes, séries, peças, por conta dos arquétipos que os personagens são. Nós nos identificamos com os personagens, em especial o herói. Portanto a construção do herói deve ser sólida. Todos os seres humanos têm virtudes e defeitos. O herói deve ser assim, ter traços notáveis, ou heróicos, como coragem, bondade, sensibilidade e etc. Mas deve ter também contrapontos, um deles (que chamamos de falha trágica) pode leva-lo a morte ou a falhar em sua jornada (sua vivência ao longo da trama). Ao fim de sua jornada, o herói deve receber uma recompensa (ganhar a mocinha, matar o vilão, aprender algo), mas principalmente, deve superar sua falha trágica e crescer.
@cajuínas
Bom post, véio! Acho que vai inspirar mta gente. Abs.
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