segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MosCoutinho II

Há um assunto que eu evitei falar devido à polêmica, mas vou evitar a covardia e colocar minha opinião.

No início do filme há uma cena em camêra subjetiva (quando a câmera é colocada como se o expectador estivesse em cena, ou seja, é o suposto ponto de vista do expectador, ou do sujeito, por isso se chama subjetiva), e as três atrizes que fazem as irmãs contracenam para a câmera.

Há um evidente desconforto no contracenar para a câmera, nada mais natural, pois a lente fria com o led vermelho ligado em cima é muito opressor. A câmera não dá o feedback ao ator, o que outro ator daria, permitindo o jogo dramático.

Mas minha implicância com o ponto de vista subjetivo, nem se dá por aí, é muito mais conceitual. Hichtcock em seus textos ou em sua famosa entrevista para Truffaut (virou um livro), sempre refletia muito sobre o posicionamento da câmera, afinal é o olhar do diretor e mais ainda, é o olhar do expectador. Hichtcock sempre criticava uma câmera colocada, por exemplo, dentro da geladeira, afinal quem estaria ali?

Eu considero que como expectador, exerço meu papel de voyer. Estar observando os acontecimentos, não participando deles. Quando coloca-se uma subjetiva, tentamos jogar o expectador como participante, o que nem se completa, pois não há interatividade do expetador, ele só pode observar a viagem da câmera e da cena, como um corpo presente que não se controla. Num game de primeira pessoa (onde o o jogador participa como numa câmera subjetiva) funciona, pois há o controle do jogador sobre a câmera, pra onde vai, o que fazer e etc.


Taí minha opinião, podem bater.


@cajuínas

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