sexta-feira, 16 de abril de 2010

De olho na concorrência, Google diz que vai levar o YouTube para a telinha - do Globo on line



Bruno Rosa - Gobo On Line

BUENOS AIRES. Depois do celular, a Google aposta suas fichas na televisão. A gigante da internet trabalha em soluções para integrar o seu site de vídeos YouTube, o mais popular da rede, à TV. A ideia é oferecer uma solução que seja confortável para o usuário. A exibição de eventos ao vivo (chamado de streaming) também faz parte dos planos. E mais: para tornar o site, que exibe mais de um bilhão de vídeos por dia no mundo, rentável, a empresa pretende alugar filmes em sua páginas periodicamente. Um teste nesse sentido foi realizado em janeiro, com filmes que participaram do festival de Sundance.

Segundo o gerente global de Desenvolvimento de Negócios do YouTube, Francisco Varela, a TV é a fronteira final. Hoje, a empresa oferece uma versão de seu site para a TV via parcerias com fabricantes como Sony, LG, Samsung, Panasonic e Philips. Mas, diz Varela, a experiência precisa ser aperfeiçoada.
Ver vídeos na TV e no computador são diferentes experiências
- Ver vídeos na TV e no computador são diferentes experiências. Estamos trabalhando para criar uma experiência que seja consistente. O usuário não quer ficar passando os vídeos com um botão do controle remoto (como se fossem canais). A solução é que o usuário não necessite de esforço. O conteúdo tem quer vir - diz Varela, que participou de evento promovido pela Google na Argentina.
A empresa vem conversando com os principais fabricantes no mundo, como a Vizio, que lançou nos EUA um controle remoto com um teclado embutido. Já na Europa, a Telecom Italia está prestes a lançar um conversor com Flash (que permite a visualização de sites na internet com a tecnologia). Todos os modelos de TV que oferecem a possibilidade de ver o YouTube têm conexão à rede Wi-Fi e um conversor embutido.
Cobrança para ler notícias restritas em sites de mídia
Varela destacou ainda que a empresa está investindo na exibição de vídeos ao vivo:
- Estamos devagar nisso. Mas estamos mais focados em eventos e em esportes.
O YouTube também tenta ir além da tradicional publicidade, na qual empresas criam canais, com informações de seus produtos e filmes de campanhas de marketing. Um desses exemplos foi o aluguel de filmes (video on demand) que participaram do Festival de Sundance:
- É uma forma de deixar o YouTube mais rentável.
A Google está lançando ainda um sistema baseado em target address, permitindo que a lista de amigos saiba o momento exato em que algum conhecido postou um vídeo no YouTube. Além disso, acaba de criar uma versão em 3D (www.youtube.com/3d), prepara o lançamento de uma nova versão, chamada Pluna, para países onde a conexão à internet é ruim. Nessa nova versão, os vídeos têm qualidade inferior. Será lançado em quatro países no fim deste ano.
A pedido da Associação Americana de Jornais, a Google desenvolve no momento um meio de pagamento para permitir que o internauta tenha acesso a notícias em sites com algum tipo de restrição (ou seja, com conteúdo fechado) na web. Por outro lado, a empresa diz que o Google News e o Google Search representam até 30% do tráfego dos sites de notícias.
Rodrigo Paranhos Velloso, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Google para América Latina, diz que a circulação de opiniões é sinônimo da democracia. Segundo o executivo, a Google oferece às empresas de mídia mais oportunidade do que ameaças. O executivo também frisou que, diferentemente das empresas de mídia, a Google não ganha dinheiro, através de anúncios, com as notícias:
-O leitor dedica pouco tempo às notícias na internet. Fica, em média, 70 segundos, contra os cerca de 25 minutos que leva para ler as notícias na versão impressa. O Google News escolhe e seleciona as notícias. Por isso, há um impacto positivo. É mais uma forma de divulgar.
Para o Brasil, meu esforço é colocar o pais no topo da lista de nações que recebem as primeiras versões
De olho no mercado da América Latina, a Google quer lançar até o fim do ano o seu celular, o Nexus One. Por isso, já negocia com as operadoras brasileiras. A meta é oferecer celular com planos de dados mais baratos. Também neste ano, a empresa vai abrir três novos escritórios na região, em países como Peru, Panamá e Costa Rica ou Porto Rico. O Brasil é o líder da região, com 60% dos negócios.
A Google também não descarta aquisições na América Latina, sobretudo no Brasil.
- Estamos olhando as oportunidades. Há opções de compras no Brasil e na região. O Brasil surpreende pelo seu ritmo de crescimento. E, por isso, pode ser um centro de testes para novos produtos, pois há muita aceitação. Para o Brasil, meu esforço é colocar o pais no topo da lista de nações que recebem as primeiras versões - ressaltou Alexandre Hohagen, diretor-geral para América Latina.


@cajuínas

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