quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

iPad o e-reader (leitor eletrônico) da Apple.







Steve Jobs esperou quatro anos por isto e o momento finalmente aconteceu: o tablet da Apple está aí. Chama-se iPad, vai custar a partir de 499 dólares e deverá chegar a Portugal e ao resto do mundo dentro de apenas dois meses. É tal qual aquilo que se projectou durante os últimos meses: um cruzamento entre o iPhone e o MacBook. A expressão "iPhone com esteróides", que andou de boca em boca na blogosfera, é muito próxima daquilo que o CEO da Apple revelou ontem, pelo menos no que respeita ao conceito e ao design. 




"É a nossa tecnologia mais avançada, num aparelho mágico e revolucionário a um preço incrível", disse Steve Jobs, visivelmente entusiasmado. O CEO já não tem o fulgor de outros tempos, muito pela doença que o afastou da Apple durante vários meses, mas ainda consegue arrancar ovações de pé a uma plateia de analistas e jornalistas.

"Todos usamos portáteis e smartphones... e a questão apareceu: haverá espaço para qualquer coisa no meio disto?", perguntou Jobs antes de tirar o iPad da cartola. "Para criar essa categoria, tinha de ser muito melhor em certas tarefas", continuou, referindo o email, a música, a partilha de fotos, os videojogos, surfar na web. E como os netbooks "não são melhores em nada", a Apple decidiu salvar o mundo e apresentar o iPad.


O nome escolhido é talvez o menos atractivo de tudo o que se dizia, embora fosse de esperar depois de se saber que a Apple o tinha registado. Por outro lado, o tablet mais esperado de sempre não cumpriu algumas das previsões - não tem câmara, não permite fazer chamadas (talvez para não canibalizar o mercado do iPhone), não permite o multitasking (várias aplicações a correrem em simultâneo) e não interage com o toque dos dedos para além de um multitoque avançado.

Então onde está a revolução de Steve Jobs? As reacções ao lançamento foram mistas, com alguns analistas a mostrarem desconfiança e os especialistas a aplaudirem de pé a "última criação" da Apple. Mas o certo é que o iPad é um tablet único, que vai fazer convergir conteúdos que nunca antes se encontraram na mesma plataforma. Os bilhetes dourados estarão nos livros electrónicos, nos jogos e na loja de aplicações.

Mas o mais surpreendente deste "Jesus Tablet" é o preço do modelo de entrada, metade do que os analistas previam e uma grande ameaça ao Kindle da Amazon e aos netbooks premium que andam no mercado.

"Tínhamos um objectivo de preço muito agressivo porque queríamos pôr o iPad nas mãos de muita gente", disse Steve Jobs. Com 125 milhões de cartões de crédito activos a comprarem milhões de músicas e aplicações nas lojas iTunes e App Store, não será difícil fazer contas interessantes para a nova vaga que aí vem.

"O Kindle está morto", ouviu-se nos bastidores logo a seguir ao evento. De facto, a componente de leitor de livros electrónicos e a nova loja iBook Store são arrasadoras no iPad. Não só pela facilidade de compra e download, mas também pela imagem a cores e a qualidade do ecrã, que permite uma experiência de leitura mais aproximada do original.

Nesta mesma linha, os acordos que a Apple conseguiu com editores de media serão cruciais - o "New York Times" desenvolveu uma aplicação exclusiva para o iPad que permite, além de ler os artigos em tamanho normal, ver os vídeos que estão embebidos na própria notícia. É verdade que Steve Jobs não explorou muito esta capacidade que o iPad poderá ter de reinventar o consumo de jornais e televisão. À medida que os acordos forem sendo feitos com os detentores dos conteúdos, este papel messiânico que a indústria multimédia atribui ao iPad ficará mais claro - até porque esse será o elemento decisivo para muitos consumidores. O iPad tem de trazer conteúdos tão ricos e diferentes que justifique andar nas malas em substituição do portátil. Pela demonstração feita ontem, Steve Jobs é bem capaz de o conseguir.

Um comentário:

  1. Pode ter seus "senões" mas eu vou comprar o meu em junho... rs!
    Beijo, beijo!

    Saudades!

    ResponderExcluir