terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma reflexão sobre o processo criativo


Palestra da escritora Elizabeth Gilbert, (Comer, rezar, amar) pescado do blog Livros e Afins. Elizabeth faz uma abordagem interessante sobre o processo criativo, negando a individualidade e colocando-o dentro de um processo maior. Para Elizabeth este processo é metafísico, eu já o observo dentro de uma realidade sócio-histórico-cultural-psicológica. Ou seja, penso que no processo criativo, as gerações que nos compõem, nossa história, nossa cultura, nossa experiência pessoal, entram em contato. 

Se eu penso em português, minha língua natal, logo toda a minha carga criativa está inserida dentro desse contexto no qual me encontro. Pensando em português, toda a minha forma de ver o mundo e me relacionar com este é específica. Por estar no momento histórico em que vivo, por ter tido a vida que tive, ouvido, visto, aprendido, experimentado o que experimentei ao longo da vida, por ter tido o aprendizado que tive de minha família, das escolas e amigos que tive, somado à forma como minha sensibilidade entende o mundo e todo o processo por que passo; sou o que sou e produzo o que produzo.

"Todo homem nada mais é do que sua própria história naquele momento. Tudo aquilo que viveu, e portanto, viu, sentiu e aprendeu, compõe o que ele é com o instante no qual se encontra." (in Cajuínas).

O instante no qual nos encontramos é todo o processo histórico que resultou neste instante. A nossa própria história é a vida de todos aqueles que vieram antes de nós.

"Até mesmo porque nós não somos somente nós, mas sim, aqueles que caminharam sobre a terra, atravessaram rios, mares, venceram montanhas, plantaram nos vales, dragaram pântanos, caçaram nas planícies. Nós somos aqueles que lutaram, guerrearam, mataram, morreram, escravizaram, foram escravizados, perseguidos, perseguiram. Nós somos aqueles que se juntaram em povos, construíram nações. Aqueles que estudaram as estrelas, as marés, as matemáticas, as línguas, as filosofias, as artes. Estudaram Deus e até hoje tentam Entendê-lo. Nós somos aqueles que continuarão daqui pra frente. Nossa sabedoria pequena não é um presente, ou uma dádiva, é em verdade, uma ferramenta, como um martelo ou um pincel. À nossa sabedoria devemos, ela tem preço. Ela é nossa missão de construirmos vidas melhores. Os nossos saberes são pequenos rios que devem correr para o mar, onde repousa toda a Vontade de Deus." (in Cajuínas)








@cajuínas

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