segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Teatro - As Mimosas




Grata surpresa essa montagem sob direção de Gustavo Gasparani e Sérgio Módena. O espetáculo se propõe a ser uma peça de amor à praça Tiradentes e ao próprio teatro brasileiro, nos contando um pouco de suas histórias.

A direção de Gasparani busca leveza, tons de humor e glamour. Teve o mérito de levantar um espetáculo leve, divertido e culto, além de unir o elenco que atua com muita alegria. O texto peca um pouco ao resolver os antagonismos em beijinhos e falta um pouco a figura de um antagonista de peso, à altura da trupe de Drags em sua luta por manter vivo o espírito do teatro de revista e da cultura da praça com toda sua história, seus personagens, do imperador ao malandro. A trupe representa a resistência perante uma especulação imobiliária que os cariocas conhecem bem e que vem ao longo dos séculos desfigurando a cidade.

O cenário (Ronald Teixeira) funciona bem e os figurinos (Marcelo Olinto) estão ótimos, com muita pesquisa histórica, percorrendo todo o universo da cultura gay, da malandragem ao gay pop. A direção musical ( João Callado e Nando Duarte) também é muito competente e segue o mesmo caminho, nos apresenta desde Chiquinha Gonzaga ao pop internacional ora com paródias, ora com homenagens. A preparação corporal e a coregrafias (Renato Vieira) são um show a parte.



Gasparani é um ator que atinge uma maturidade muito interessante, sua entrada em cena marca o baixar das vozes e uma interrupção no crescente elevar dos tons um tanto gritados que infelizmente têm sido a marca de muitos espetáculos de comédia brasileira. Ele imprime outro ritmo, mais seguro, apresenta um humor sofisticado e mesmo vivendo um travesti, consegue não apelar para os cacoetes costumeiros de atores que interpretam travestis ou as tradicionais "bichonas".

Claudio Trovar, na pele da "tia" ou "bicha velha" consegue dar coloridos ao personagem, apresentando várias facetas em momentos diferentes de seu personagem ao longo de cada momento dramatúrgico ou na relação de contracenação com os outros atores, respeitando o tempo e interagindo com a respiração e o tom de cada. Em alguns momento perdeu a concentração e confundiu umas poucas falas, mas era ensaio aberto.

César Augusto precisa viver um personagem de um ator sem talento e traz um trabalho corporal interessante, trabalhando a dificuldade de seu personagem claudicante. Cai na armadilha do elevar das vozes e dos gritos desnecessários assim como acontece em vários momentos (principalmente na contracenação com Augusto) com Milton Filho, o travesti negro e pobre, que precisa viver vários estigmas. Milton acerta o prumo quando contracena com Gasparani ou Trovar. Milton é brindado com um monólogo de cortina e dá conta do recado. Jonas Hammar é um jovem ator em processo de formação, teve o mérito de não cair na tentação do elevar das vozes. Marya Bravo precisa viver o desafio para uma atirz de interpretar um travesti, o que para mulheres é sempre muito difícil, talvez possa trabalhar um espectro maior de tonalidades em sua cena com Trovar, assim como o desconforto que ainda tem nas cenas na escada.



Valeu, aconselho.

@cajuinas
Paulo Siqueira
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

50 mil acessos!

Amigos, chegamos a 50.000 acessos. Muito legal para um blog sem fins comerciais e que só se propõe a ser um espaço para discutir cinema, arte, teatro, literatura, e o que mais vier à cabeça.



Quero agradecer, isso estimula a produzir mais.

@cajuínas
Paulo Siqueira
www.cajuinas.blogspot.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um balanço equilibrado de 2011:



Santificamos um Papa (Jão Paulo II)






matamos um mulçumano (Osama Bin Laden)






casamos um príncipe (Philip)





 encerramos uma cruzada (Iraque)


 anunciamos o fim do mundo (2012)


 derrubamos um rei mouro (Muammar Kadaffi)


 chacinamos árabes (Noruega)


 atacamos judeus (Alemanha)



Queimamos o Alcorão (pastor estadunidense)
 


Acho que voltamos à idade média.



@cajuinas
Paulo Siqueira
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