Este livro de Geraldine Brooks, tem uma idéia muito interessante, um Hagadá do século XV reaparece em Sarajevo logo após o fim da guerra civil, em 1996. O Hagadá estava desaparecido desde o início da guerra, e acreditava-se que havia se tornado cinzas nas trincheiras bósnias. Mas para surpresa geral, fora salvo por um mulçumano, apesar do Hagadá ser um texto judaico.O Hagadá então vai para as mãos de uma experiente restauradora para que ela o conserve e tente descobrir o que foi a vida deste livro. Ou seja, é a história da história de um livro, quase um CSI da literatura e da história. Através de fragmentos de pigmentação, asas de insetos, fios de cabelo, manchas de vinho, a heroína (Hanna) tenta refazer a trajetória do livro ao longo dos séculos, das guerras, inquisições, progroms, misérias, e etc. Com isso vamos aprendendo um pouco sobre momentos da história, costumes, tradições, etc.
Os contos suplementares, que ilustram pelo que passou o manuscrito são bem inferiores ao mistério proposto. Mas vale a pena, leitura fácil e agradável.
É uma obra de amor à literatura, à história, à cultura, à ciência e ao saber. É um protesto contra a intolerância, a guerra, os preconceitos e à tirania. Nos lembra o valor que o conhecimento humano tem, assim como o próprio ser humano em suas vastas emoções e sua capacidade criativa, com seu compromisso em preservar sua história. Nos lembra quantos sacrificaram suas vidas pra proteger pergaminhos, papiros, fragmentos, livros ou o que seja. Nos lembra o perigo em se pregar a queima de livros, que nada mais são que depositários de todo o saber e culturas humanas. Alô diplomacia brasileira!!!
Em tempo: A Ediouro poderia ter feito uma revisão melhor da tradução. Há muitos erros, pelo menos na minha edição.
@cajuínas
Adorei a resenha, não li o livro, fiquei muito interessado, mas cabe a pergunta: e quem consegue em um romance não esteriotipar essas diversas cilturas?!
ResponderExcluirAcho boa esta colocação: Como não esteorotipar culutras, personagens, se dento de uma obra elas surgem com o intuito de preencher certos aspectos arqeutípicos, ou da trama, ou até mesmo da ideologia da obra? Fica aqui a pergunta pra quem quiser debater. É uma questão, ao meu ver, complexa. Um presonagem - e as culturas no livro são representadas por personagens- vive numa obra, por conta da necessidade que ele desempenha. Ou seja, quanto menos importante na trama, maiores as chances de cair em estereótipos, pois ele tem um objetivo. Quero pensar mais no assunto e retrazê-lo em outro aritgo. Aceito idéias. Mas já coloco uma provocação: mais vale que o personagem sirva à trama, ou que a trama se desdobre ao personagem?
ResponderExcluir